Margo Anand
Os chakras são a representação simbólica dos campos de energia criados pelas glândulas endócrinas do corpo.
Para obter uma imagem mais precisa do que estou descrevendo, pense no vento soprando entre as pás de um moinho de vento. Ele move o moinho, moendo os grãos que produzem a farinha para fazer o pão que as pessoas comem. De forma semelhante, a energia que entra no corpo através do chakra da garganta, por exemplo, estimula a glândula tireóide, agindo no crescimento das células do corpo e revitalizando o sistema respiratório.
Vários médicos, inclusive o Dr. John Pìerrakos, autor do livro Core Energetics e co-fundador, com Alexander Lowen, do Instituto de Análise Bioenergética, em Nova York, estão atualmente realizando pesquisas utilizando o tradicional sistema oriental dos chakras como um mapa das energias sutis do corpo. Píerrakos os chama de “espirais de energia” e de “centros vorticais de forma afunilada”. B. K. S. Lyengar, um professor indiano de ioga, descreve o funcionamento dos chakras desta forma: “Assim como as antenas captam as ondas do rádio e as transformam em som através de determinadas peças receptoras, os chakras captam vibrações cósmicas e as distribuem por todo o corpo.”
Pierrakos explica que o objetivo desses centros é extrair energia do ambiente circundante para dentro de nosso organismo, a fim de energizá-lo. “Eles (os chakras) são órgãos energéticos, assim como os rins e o coração são órgãos físicos, sendo tão importantes quanto estes últimos para a saúde humana. A energia atraída é metabolizada pelo organismo e distribuída por todo o corpo, até o nível celular.”
Pouquíssimas são as pessoas que, como Pierrakos, podem, realmente, ver os chakras. Mas qualquer um pode experimentar as sensações relacionadas a eles sem, necessariamente, identificar sua origem. Por exemplo, entre as sensações propiciadas pelo chakras estão a impressão súbita de que existem borboletas em nosso estômago quando estamos nervosos ou amedrontados; a sensação de aperto na garganta quando nos sentimos emocionados ou queremos dizer algo mas não encontramos palavras; além da sensação quente, erótica e envolvente no baixo ventre, no início da excitação sexual.
O meio do peito é um ponto onde muito comumente se experimentam sensações, uma vez que nele se encontra o chakra do coração. Relembre, por exemplo, alguma vez em que tenha ido esperar uma pessoa amada no aeroporto, após ter ficado um longo tempo afastado dela. A multidão de passageiros passava pelo portão e você esticava o pescoço, tentando enxergar. E, finalmente, quando ela surgiu e sorriu, você teve a sensação de que seu coração, repleto de emoções, ia explodir. Essa não foi uma experiência do seu coração enquanto órgão físico, embora ele, certamente, tivesse sido afetado e estivesse batendo mais rapidamente. Foi do chakra do coração que seu amor brotou, e é esse chakra, também, que produz a sensação da dor no fim de um romance.
Um Mapa dos Sete Chakras
O Chakra Sexual – O primeiro chakra corresponde ao centro sexual e está associado ao ato de dar à luz, e às sensações de vida e de sobrevivência. Quando a energia está fluindo livremente por esse chakra, você se sente incendiado pela pulsão sexual, por um desejo de agir impetuosamente e uma necessidade de ser liberado ou preenchido. Algumas pessoas associam a essa energia ardente uma cor vermelho escuro, que se espalha pelo baixo-ventre, de forma semelhante ao fenômeno de ficarmos “vermelhos” de raiva. É através do chakra sexual que você pode obter uma sensação de vivacidade, um gosto pela vida que, para mim, só pode ser simbolizado por alguém como Zorba, o Grego.
Quando esse chakra não está totalmente aberto e relaxado, a energia é impedida de fluir livremente, e a pessoa experimenta sentimentos negativos, tais como carência, culpa com relação ao sexo, medo de não estar tendo o suficiente nessa área, ou de não ser capaz de alcançar um orgasmo pleno. A pessoa pode também sentir-se pobre, tanto física como emocionalmente, e incapaz de se relacionar sinceramente com seu parceiro.
O Chakra do Baixo Ventre – O segundo chakra está localizado bem abaixo do umbigo. É o centro natural de equilíbrio e movimento do corpo. Nas tradições do Japão e da China, nas quais é chamado de hara, ele é visto como a fonte da vitalidade do corpo e o centro de gravidade para as artes marciais. Quando sua energia flui livremente por esse centro, você sente a força, a vitalidade e a atividade emanadas por um corpo saudável e relaxado. “Aqui”, disse um de seus mestres, “o Tao do sexo é a fluidez e o movimento”. A energia sexual se expressa através dos movimentos da bacia, assim como na dança e na atividade descontraída do corpo.
Quando esse chakra está fechado, inibindo o fluxo da energia sexual, a pessoa se sente dura, tensa, crítica com relação a seu parceiro, insatisfeita, ciumenta e competitiva, e propensa a súbitas explosões de agressividade. Nesse estado fechado, o indivíduo experimenta também a síndrome do “puxa-empurra”, tão comumente encontrada nos relacionamentos amorosos: “Eu quero você, mas vá embora.” O orgasmo se reduz a uma experiência que envolve apenas a parte física, as conquistas e a liberação das tensões. A pessoa se esforça tanto para alcançar o “grande orgasmo final” que este acaba tornando-se impalpável.
Esse centro está associado à cor laranja, expressando a sensação de vitalidade.
O Chakra do Plexo Solar – Este chakra localiza-se no canal central bem abaixo da caixa torácica. Aqui a energia sexual é sentida como poder pessoal, carisma, autoconfiança – a capacidade de se projetar no mundo e fazer as coisas acontecerem da maneira que você deseja. Quando este chakra está aberto e relaxado, os amantes têm a sensação de serem donos de suas próprias emoções e capazes de compartilhar de forma perfeitamente equilibrada suas experiências. Sua relação sexual expressa seu poder de transformar, conquistar e trocar energia. O orgasmo, neste caso, pode ser vivenciado como a expressão máxima do poder pessoal – “você é meu”.
Quando este centro está tenso ou bloqueado, o sexo parece algo ameaçador; as pessoas tem receio de que o orgasmo lhes roube energia, ou de não serem boas o suficiente para alcançá-lo, ou ainda de que a ejaculação precoce seja um mal incurável.
Este centro está associado à cor amarela, expressando alegria e brilho.
O Chakra do Coração – Este chakra localiza-se no centro do peito, no espaço que divide os seios. Aqui a energia sexual é experimentada como um desejo de fundir-se com o parceiro – uma sensação de duas pessoas serem pane uma da outra. Existe uma grande vontade de compartilhar amor, alegria e contentamento; de se sentir como uma criança descontraída; de dar pelo simples prazer de dar. Quando este centro está aberto e relaxado, você se sente confiante, solidário e compassivo. Quando bloqueado, você experimenta sentimentos de dúvida, cinismo e sente-se propenso a criar polêmicas.
Este chakra também marca um ponto de transição na viagem da energia através da Flauta Interna. Até agora, a energia tinha sido orientada na direção do corpo físico, impulsionada pela gravidade na direção da terra, baseada na necessidade de ser liberada através da ejaculação. Quando o amor e o sexo se encontram, sua experiência torna-se qualitativamente diferente. Pense na diferença que existe entre ter sexo e fazer amor. Quando o coração não está envolvido, o sexo permanece no plano puramente físico. Você experimenta a satisfação momentânea do alívio orgástico, mas ele permanece unidimensional. Com o amor, o sexo se transforma numa experiência mais elevada, benéfica e extática.
Esse chakra está associado à cor verde, expressando a esperança e o renascimento do frescor e da criatividade, semelhante ao que ocorre na primavera.
O Chakra da Garganta – Quando este chakra se abre, você descobre exatamente quem é e o que quer, e é capaz de expressar isso. Você se sente à vontade consigo mesmo e consegue agir de forma autêntica, tomando novas iniciativas ou mesmo parecendo rude ou anti-social. Você pode, por exemplo, gostar de gritar, dizer coisas extravagantes ou falar sinceramente sobre seus sentimentos durante a relação sexual. Nesse nível, você sabe exatamente o tipo de relação de que mais gosta e o tipo de amante que mais lhe agrada.
Quando este centro está fechado, você se preocupa com o que as outras pessoas esperam que você sinta, e tende a satisfazer os desejos e as necessidades de seu parceiro, mais do que perceber e atender os seus próprios. Consequentemente, tende a imitar os outros e pode até fingir um orgasmo para não parecer inadequado. As sensações do orgasmo ocorrem no nível da pele, como se outra pessoa as estivesse vivificando, e não você.
Este chakra está associado à cor violeta, expressando a profundidade da sabedoria.
O Chakra da Testa ou Frontal – A mesma energia, transformada e refinada por sua passagem pela Flauta Interna, chega a um ponto, no meio da testa, entre as sobrancelhas e por detrás delas. Quando isso acontece, você se sente como uma pessoa que chega ao topo de uma montanha depois de uma longa escalada. A energia está viva, fresca e clara, produzindo uma sensação ampliada de espaço e liberdade. Você descobre os poderes da intuição e da imaginação, tendo visões internas – e é por isso que este chakra é conhecido no Oriente como o terceiro olho. Você se guia por premonições e compreende as coisas diretamente, sem ter que usar a razão ou a lógica. Neste centro, a energia é normalmente vivenciada como uma luz interior. Quando este centro está fechado, as experiências sexuais perdem o tom de mistério e excitação e a vida, de um modo geral, parece enfadonha e desprovida de qualquer qualidade mais elevada. Não existe nenhum traço de consciência mais elevada ou inteligência impregnando o universo, além da noção de “eu” e “meu”.
Este chakra está associado à cor azul, expressando a frieza, a visão \\\\\\\’ panorâmica e o desprendimento de um pára-quedista flutuando suavemente num céu azul e claro.
O Chakra do Alto da Cabeça – Finalmente, quando a energia chega ao alto da cabeça, você sente uma agradável ligação com tudo e todos que o cercam. Sente que pode expandir as fronteiras do seu corpo, como se você fosse puro espaço e mais amplo do que a vida. O amor sexual, aqui, é uma experiência extática e mística; uma fusão com o parceiro nos níveis físico, emocional e espiritual. Essa é a parte de cada um que sabe, bem no fundo, se suas ações estão colaborando para o desenvolvimento e preenchimento de sua alma – reinos de paz, silêncio e encantamento. Este é o centro da mais alta criatividade, pois tem o poder de criar uma ponte entre a matéria e o espírito.
Quando este centro está aberto, você se sente naturalmente espontâneo e descontraído, concentrado no que está acontecendo aqui e agora, no momento presente. Você não se deixa controlar pelos hábitos do passado. Por outro lado, quando este centro está fechado, você tende a viver num mundo de fantasia ou em algum sonho futuro, que você sente que não pode manifestar-se no mundo real. Você não é capaz de transformar a experiência sexual numa comunhão profunda de almas.
Este centro está associado à cor branca, expressando clareza, neutralidade e iluminação.