Marco Aurelio Ornellas
Sensibilidade…
Massagem é sensibilidade, o terapeuta, muito mais do que fazer uso da técnica aprendida deve ter muita sensibilidade, aproveitar o momento da massagem para apurar – desenvolver – a sua sensibilidade. O contato, a conexão com o paciente é primordial. Não adianta o terapeuta ser conhecedor das mais variadas técnicas se ele não observar antes de tocar.
O paciente deve ser observado não somente ao se deitar mas desde o momento em que se apresenta ao terapeuta; seu movimento ao caminhar, se movimentar, se despir, como respira… O terapeuta não deveria ir logo tocando ou “dando ordens” ao paciente para ficar nesta ou naquela posição antes de observá-lo por alguns instantes: sua posição, sua respiração, sua musculatura, tudo isso é de extrema importância. Só depois pedir ao paciente que respire um pouco mais profundamente e respirar com ele – se conectar.
Conexão…
A conexão entre o terapeuta e o paciente precisa estar muito bem estabelecida para se desenvolver um bom trabalho, para perceber “aonde dói” e como tratar. O terapeuta antes de realizar a sua técnica de manipulação aprendida deve saber “como tocar”, sentir antes o calor nas mãos – calor é energia.
Sentir…
Sentir o outro, você tem que literalmente sentir como o paciente está, independente do que ele diga, das suas queixas. Não digo que seu discurso deva ser descartado mas sim que muitas vezes vem mascarado (protegido) da realidade, ele muitas vezes não sabe exatamente o que sente, ele não está conectado consigo mesmo e você precisa dar isso a ele. Para isso a quietude, a respiração, o toque.
Trabalhe com o coração…
Trabalhando com o coração o terapeuta se aproxima do paciente numa relação humana de duas vias, estabelecendo uma ética de respeito àquele momento que está dedicado ao processo de crescimento e mudança do paciente.
Tocar é um modo natural de estar em contato. É dever do terapeuta demonstrar que não há motivo de medo de estar em contato com o toque.
A técnica pode variar, ganhar ares de sofisticação, nomes difíceis, mas na prática é até bem simples. É só fechar os olhos e sentir pele com pele, energia com energia, respiração com respiração, na que é a mais antiga das terapias: O toque.