O toque na terapia corporal é uma técnica que visa atingir a parte somática do caráter. Ou seja, atingir o caráter através de seu aspecto corporal. Como técnica tem uma teoria especifica. Tem um “como fazer” e um “para que fazer” que devem ser considerados dentro do contexto da dinâmica individual de cada cliente e do momento da relação deste com o terapeuta.
Mais importante do que saber “como proceder” no toque é saber “para que” você vai fazê-lo. Para aplicar um toque, o terapeuta precisa estar consciente da estrutura, da dinâmica, da transferência e da necessidade do cliente ou seja, de que intervenção ou interferência este cliente precisa.
Cada terapeuta, em função de seu caráter, tem seu próprio potencial para interferir e para provocar mudanças, mas não pode perder de vista em hipótese alguma, de que o primeiro plano é do cliente e não seu. Toda vez que isto for desconsiderado será, em maior ou menor grau, um prejuízo para o cliente. Como diz, André Lapierre – “O terapeuta não pode fazer uso do cliente como objeto complementar de sua falta”, seja ela sexual, afetiva, narcísica, de poder, etc. Isto é uma traição à alma e a confiança do cliente. Portanto para evitar que se utilize da técnica como meio de manipulação do cliente por parte do terapeuta, Boadella recomenda que este trabalhe com o coração. Trabalhar com o coração aproxima terapeuta e cliente numa relação humana de duas vias e estabelece uma ética de respeito àquele momento que está dedicado ao processo de crescimento e mudança do cliente. Se o terapeuta ganha é porque o seu lugar de “outro” é o de quem está doando a sua maciez ou sua firmeza no momento do toque.
Para Lowen o toque é um veículo, de conhecimento, do outro. Através do toque conhece-se a suavidade ou rigidez da musculatura, a secura da pele ou a vivacidade dos tecidos. O toque é uma forma primária de contato, conhecimento e comunicação. O terapeuta, através do toque transmite ao cliente a noção de que o sente e o aceita como um ser corporal. Tocar é um modo natural de estar em contato. É tarefa do terapeuta demonstrar que não há motivo de medo de estar em contato com o toque.
O paciente tem necessidade de tocar o terapeuta. É o tabu contra o tocar que o faz sentir-se isolado. O toque vai aonde as palavras não alcançam. Entrar em contato com o corpo do terapeuta facilita o cliente a entrar em contato com seu próprio corpo e consequentemente consigo mesmo. Para isto o terapeuta não deve erotizar o toque. Qualquer envolvimento sexual do terapeuta é uma traição à confiança depositada no vinculo terapêutico. “O terapeuta deve estar atento à sua limitação e saber também não tocar.”
“EM BUSCA DA RECUPERAÇÃO DA ENERGIA PERDIDA E DO ALÍVIO DAS TENSÕES.”
“Não pode haver saúde nem funcionamento pleno se os sistemas vivos não estiverem ou não mantiverem contatos frequentes… por isso, estamos tão doentes! Falta-nos proximidade, contato; não trocamos carícias, nem gostamos que nos toquem. Quanto mais civilizados, mais assépticos, mais distantes e mais frios. Só palavras. Pouca mímica. Nenhum contato. Por isso foi tão fácil inventar robôs.”
Esse depoimento, dado pelo psiquiatra José Angelo – está provado -, tem suas razões. Pesquisas recentes realizadas com prematuros constataram um fato surpreendente: um bebê recém-nascido tocado, embalado, acariciado e aconchegado no colo durante sua permanência no berçário apresenta menos períodos de apnéia (ausência de respiração), goza de um aumento acelerado de peso e também mantém seu sistema nervoso central em pleno funcionamento.
A técnica pode variar, ganhar ares de sofisticação, nomes difíceis, mas na prática é até bem simples. É só fechar os olhos e sentir pele com pele, energia com energia, na que é a mais antiga, natural e gostosa das terapias: o toque.
MASSAGEM INTEGRATIVA
Fundamental é Relaxar o Corpo, as Emoções e a Alma
A massagem integrativa é uma das técnicas contemporâneas que usa uma abordagem corporal eficaz para resgatar a totalidade humana – corpo, mente, emoção. Ela atua no relaxamento, reequilíbrio físico e psíquico e na ampliação da consciência corporal.
O relaxamento se dá em vários níveis. Não basta relaxar apenas o músculo. Hoje vivemos estados de tensão permanentes, estresse, ansiedade e medo que nos fazem perder o contato com nossa intimidade. Consequentemente, usamos pouco nosso potencial, possibilidades de que dispomos, bloqueando nossa expressão e ação no mundo. Desta forma, é fundamental relaxar o corpo, as emoções e a alma.
Desenvolvida por Agnes Geocze, psicóloga húngara radicada no Brasil, a massagem integrativa é, também, bastante eficiente no reequilíbrio físico e psíquico.
Tensão, estresse, problemas de coluna, insônia, disfunções orgânicas, dores localizadas, angústia, ansiedade e outros fazem parte da rotina de trabalho. “Grande parte das pessoas vêm fazer uma sessão só em caso de emergência, só quando não aguentam mais as dores na coluna. Outros o fazem com periodicidade. Aí, o trabalho tem, também, uma ação preventiva. “A sessão de massagem é um momento para você ser cuidado com carinho, entrar em contato consigo mesmo e renascer.”
Nessa abordagem, portanto o toque é essencial, o cuidado e respeito à pessoa que está recebendo a massagem. O toque varia desde a sutileza e leveza até uma pressão mais acentuada. O deslizamento é um tipo de toque muito utilizado, pois promove a auto-estima e integração afetivo-motora, resgatando a unidade e integração da totalidade da pessoa.
A base das doenças e neuroses está na dissociação, na divisão entre corpo, mente e emoção. muitas vezes pensamos de uma forma, agimos de outra e sentimos algo que não se ajusta à nossa ação ou a nosso pensamento.
Nossa história de vida está escrita em nosso corpo. Ele fala, traz uma sabedoria interna, uma memória com a qual precisamos entrar em contato para vivermos saudáveis. A memória não está só no cérebro, mas em cada célula que contém um registro preciso de nossa totalidade. Assim, podemos ampliar nossa consciência corporal, dissolver nossas tensões crônicas e superficiais, nos inteirando e ampliando nossa capacidade de vida e de prazer.
REFLEXOLOGIA
Manipulação dos Pés e Das Mãos para Resgatar à Energia
É impossível nos imaginarmos sem eles. No entanto, não dispensamos quase nenhum cuidado aos pés. Muitas vezes confinamos esses membros (será proposital chamá-los de inferiores?) em sapatos apertados e os forçamos a caminhadas penosas. Uma técnica ressurge para resgatar aos pés seu lugar de destaque: a Reflexologia.
Segundo essa metodologia, pés e mãos são como mapas que quando observados e sentidos cuidadosamente nos conduzem à leitura do nosso estado energético. Massageados, então com técnica e sensibilidade tornam-se veículos para uma saúde perfeita.
As vezes suaves, algumas vezes dolorida, essa massagem tem sempre efeito relaxante e proporciona bem-estar à pessoa. A técnica chama-se digito-pressura, isto é, pressão com os dedos, sem a utilização de cremes, óleos, bastõezinhos ou cristais. Pode-se dizer que a Reflexologia é um método de manutenção e tratamento de saúde que, a partir da manipulação de pés e mãos, aciona e alimenta o nosso campo bioeletromagnético.
Após cada sessão, o conforto, a calma, o relaxamento tomam posse do nosso corpo. Seus resultados são percebidos imediatamente, como alívio de dores, sono melhor, respiração plena, eliminação de excesso de líquidos, boa disposição, bom humor, etc. Entretanto, para que esse estado gostoso permaneça por períodos cada vez maiores é necessário um trabalho insistente do terapeuta e uma boa dose de vontade e colaboração do paciente.
0 corpo que carrega menos tensões musculares tem a forma mais bela e encanto nos gestos cotidianos. Assim como a alegria e o bem-estar se traduzem na expressão facial através da suavidade dos traços. Por esse motivo que boa saúde e harmonia estética são indissociáveis.
A Reflexologia vê o homem como um fio de ligação entre o céu e a terra, sendo pés e mãos os pólos para carga e descarga. A função da Reflexologia é desobstruir esses pólos. Os dois pés unidos (ou mãos) são uma miniatura do nosso corpo, onde absolutamente tudo está inscrito e registrado: cada caso, cada órgão, cada traço de nosso caráter.
A manipulação completa de todas as áreas reflexas dura cerca de 20 minutos por pé. No início do tratamento, o terapeuta aconselha manipular cada um deles por 10 minutos apenas e aumentar o tempo nas sessões seguintes. É impossível determinar o número de sessões necessárias para um tratamento. Isso vai depender de fatores como natureza do desequilíbrio, e a capacidade de reação do organismo ao tratamento, vitalidade e equilíbrio internos do paciente, sua idade biológica, forma de vida e, acima de tudo, o empenho que ele dispensará ao tratamento.
É comum um resultado positivo e sólido com uma série de 9 a 12 sessões, duas a três vezes por semana. Pode ocorrer, no entanto, que em uma única sessão a área reflexa de um órgão afetado há anos restabeleça suas funções normais. Mesmo assim, o tratamento só deverá ser alterado quando o quadro se estabilizar por completo e nenhum sintoma concreto for registrado. Nesse caso, pode-se espaçar as sessões em 30 a 45 dias, por mais duas ou três vezes.
Nossa vida, ações e reações, do funcionamento biológico ao emocional, acontece a partir de padrões, programas, hábitos que, uma vez aprendidos tornam-se convicções e são repetidos, repetidos, repetidos… A circulação energética em nosso corpo ajeita seu caminho da forma como lhe for possível e depois repete sempre a mesma rota. A Reflexologia atua nessa rota, apresentando o percurso ideal, permitindo a plenitude energética.
Porém, como tudo que é hábito retorna ao que lhe é habitual, conhecido e confortável, o trabalho exige retorno e muita persistência. Mas não é tudo. O paciente deve também trabalhar sobre si mesmo, repensando e renovando posturas diante da vida. Qualquer técnica, seja ela qual for, pouco ajudará se não houver uma atitude consciente e íntegra em relação à vida.
ROLFING
Educação Corporal Para Melhorar a Postura e os Movimentos
“Rolfing é um processo de educação corporal para a melhora da postura e dos movimentos.”
São sessões semanais de manipulação, geralmente em número de dez (tratamento inicial), em todas as partes do corpo, o único objetivo é trazer maiores possibilidades de movimento e melhorar sua postura.
A técnica nasceu nos estados unidos, a partir de descobertas de Ida P. Rolf, na década de 30. Fisiologista e bioquímica, Ida Rolf estudou o tecido conjuntivo (componente das fáscias), estabelecendo suas propriedades dinâmicas e plásticas. Durante 30 anos trabalhou com experiências de manipulação até que desenvolveu uma sistemática que batizou de lntegração Estrutural, hoje conhecida como Rolfing.
É fácil entender como age o Rolfing. Nós, desde o nascimento, estamos “modelando” o nosso corpo com as atividades que desempenhamos. Por isso, qualquer trauma (físico ou emocional) ou vício de postura, quando somados, causam espessamentos localizados dos tecidos moles (as tais fáscias), dificultando os movimentos e enrijecendo o corpo. O Rolfing é capaz de resgatar a potencialidade motora e produzir a reorganização desses movimentos, tornando-os mais fisiológicos, mais naturais.
O método surgiu como um processo educacional para melhorar a qualidade de vida das pessoas e prevenir o desgaste precoce do corpo. Por isso indicado para qualquer pessoa, em qualquer idade.
Maior conforto, leveza, expressividade nos movimentos, melhora da estética (porque o tecido se homogeneiza, diminuindo os acúmulos regionais), alívio de dores e cansaço, além de melhor desempenho nas funções orgânicas, como respiração e digestão. Estes são os principais efeitos de quem pratica o Rolfing.
A técnica tem também grande aplicação terapêutica e serve como tratamento para males decorrentes do mal uso do corpo (como dores nas costas, nas articulações, tendinites, hérnias de disco, etc.). Uma constatação feita nos consultórios demonstra que pessoas que trabalham diretamente com o corpo (por exemplo, bailarinos, atores, esportistas) têm melhora significativa de sua performance após algumas sessões. Isso porque o Rolfing se destaca de outras técnicas corporais pela rapidez com que atinge seus objetivos. Já a partir da primeira sessão, o cliente pode computar bons resultados.
SHIATSU
Manipulação dos Meridianos do Corpo
A energia vital, chi, prana, orgone ou ki, flui pelo corpo humano de forma regular. Esse fluxo forma “canais”, ou “caminhos”. Esses “canais” são os meridianos de energia, a base da medicina oriental. São utilizados pelos terapeutas no trabalho de reequilíbrio energético. O livre fluxo da energia pelo nosso corpo é essencial para a saúde e sensação de bem-estar físico e psicológico.
O shiatsu atua através de pressões que são efetuadas ao longo dos meridianos e em determinados pontos do corpo humano a fim desobstruir possíveis acúmulos de energia bloqueada, restabelecer o reequilíbrio físico e energético do corpo.
O shiatsu também age sobre doenças e sintomas. Mas é essencialmente uma terapia preventiva. De manutenção da saúde e fortalecimento orgânico do paciente.
É útil para levantar o nível de energia do paciente, regular e fortalecer o funcionamento dos órgãos e estimular a resistência natural do corpo às doenças. É uma técnica mais preventiva que curativa.
No shiatsu, ao invés de “romper couraças” procuramos “seduzir” o corpo do paciente a relaxar-se. Como se perguntássemos ao corpo: “Você tem certeza que não gostaria de soltar essa tensão?”. Através de pressões nos meridianos e pontos, equilibramos e estimulamos o fluxo energético do paciente – mais energia torna-se disponível para seu organismo e consciência.. A sensação de bem-estar físico produzida também encoraja o paciente a abandonar a mente e “entrar” no presente.
O shiatsu desperta no paciente uma nova consciência de si. E quando tocamos uma área ou um ponto onde a energia está bloqueada, não só chamamos a atenção do paciente para ela, como ajudamos o bloqueio a se dissolver. Esse trabalho de normalização do fluxo energético traz ao paciente uma sensação de equilíbrio interno, de leveza e bem-estar, de integração consigo mesmo e com o agente da técnica. Ele se sente profundamente relaxado, e, ao mesmo tempo, repleto de vigor e energia.