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Você não é quem você pensa que é

Satyaprem

Você não pode ser nada que você esteja vendo, você é simplesmente aquele que vê. Você não pode ver a si mesmo, por que quem veria? Aquilo que nós somos, a Essência ( aqui eu estou usando a palavra Essência), é imensurável, portanto não tem como medir. Nem na largura, nem no comprimento e nem na profundidade. Por isso chama-se de imensurável. No entanto, pode-se saber, pode-se realizar, pode-se reconhecer isso pelo simples motivo de que isso é a nossa realidade.

O objetivo deste encontro é fazer com que você se encontre. Pode-se dizer como um fim de busca.

Pode parecer pretensioso para você nesse instante, mas é assim que é. A meta é fazer você saber quem você é. Não é quem você pensa que é, mas quem você é em realidade. É mostrar à vocês que existe uma série de mal-entendidos que têm sedimentado a sua busca. O que vai ser dito vai colocar, de uma certa forma, de cabeça para baixo uma série de coisas em que vocês têm acreditado. E está tudo vinculado, na verdade, com:”Quem é você?” Essa pergunta clássica, “Quem sou eu?”

Quantos de nós têm perguntado há tanto tempo… “Quem sou eu?” Ou, talvez nunca tenha cogitado tal pergunta, mas eu quero que nesse momento vocês não só perguntem, eu quero que vocês encontrem a resposta. Na verdade, não há resposta para essa pergunta… Há um “ver” nessa resposta, ela não é uma resposta com palavras, com entendimento em si, mas um “ver”, um “ver” que não necessita dos seus olhos… Na verdade, não necessita de nenhum dos seus sentidos. Até esse presente instante, você tem vivido, sentido e experienciado o mundo através dos seus sentidos… Eu quero que você tire tudo do seu caminho, da sua frente, para que você possa “ver”.

O que eu estou dizendo, são conceitos. Conceitos que apontam para algo. Eu quero que você olhe para esse algo e esqueça os conceitos. Tudo o que eu estiver falando ou que eu investigar será uma experiência minha. Eu quero que você também a tenha. Eu estou aqui para compartilhar com você essa realização, essa clareza. Eu quero que você acorde para quem você é e isso você pode fazer. Você está completamente habilitado a fazer. No entanto, a minha novidade é um tanto quanto frágil, porque eu vou lhe dar uma coisa que você já tem! Eu só quero que você atente e veja com consciência que você já tem, que você é aquilo. Essa é a minha única função.

Isso não vai melhorar a sua vida, mas vai simplificá-la. Você ainda vai morrer, você ainda vai sentir dor, mas tem uma coisa que em nosso processo completo de vida não levamos em conta, não é falado, não é tocado, não é elaborado de forma alguma. Nós vivemos dentro da nossa cultura de uma forma refletida! Nós nos refletimos nos outros, nós refletimos a nossa existência. E uma experiência refletida é secundária. Ela é indireta, não é uma experiência direta de quem somos. Por isso as pessoas sofrem, porque elas vivem de acordo com o reflexo e o reflexo não é o que você é. Você não é o seu reflexo! Você é aquilo que é refletido, você é aquilo que está atrás do espelho!

E o que eu quero trazer para vocês, de uma certa forma, vai ser complicado de “entender”, porque isso passa por uma novidade absoluta. Nós nos relacionamos com o mundo como se o mundo fosse um objeto, as pessoas fossem objetos e nós fossemos um sujeito. Bem, a novidade que eu quero compartilhar com vocês é que vocês não passam de objetos também. Essa pretensão de ser alguém, que você chama de eu, é apenas um objeto. E aquilo que você é, transcende tudo isso, porque não pode ser manipulado por ninguém.

Trazer você direto para essa visão, é o propósito deste encontro. Você é capaz de “ver” isto, porque você é aquele que está “vendo”… Tenho uma sugestão: eu quero que vocês consigam, de alguma forma, suspender completamente as suas memórias e as suas idéias a respeito de tudo. Tudo aquilo a respeito do que vocês têm idéia, por mais sedimentadas e comprovadas, são apenas idéias. Ponha na prateleira, imagine que você tenha uma livraria dentro da sua cabeça e lá você tem todas as idéias colocadas em livros: sexo, família, verdade, iluminação, eu, o outro, nós, o que quer que seja. Deixe tudo isso na livraria e tente acessar aquilo que eu quero, diretamente, sem nenhum vínculo com aquilo que você já viu antes.

Você não tem nome, não tem forma, não tem tamanho. Tampouco há sensação que possa descrever você. Todas as sensações ocorrem “dentro” de Você. Não importa o que você faça, Você está observando… Não importa a imagem que venha, o pensamento que venha, a emoção que venha, quem é que sabe disso tudo? Esse, é quem Você é. O foco é nesse que Você é e não nos objetos de observação. Objetos vêm e vão.

Mas Consciência, Atenção… Não importa o que você faça, você está sempre ciente de alguma coisa, não é verdade? Pode não ser aquilo que a mente queira estar consciente de. Você queria falar uma coisa e você esquece, você está consciente de que esqueceu! A Consciência permanece como cortina de fundo para o que quer que seja que aconteça na periferia. É imutável e não depende de você fazer coisa alguma. Não importa o que você faça, se você beber 3 litros de whisky e ficar muito bêbado, você sabe que está muito bêbado e talvez desmaie, perca a consciência periférica, mas aquela Consciência, que não precisa de experiência, permanece, porque Ela é independente, Ela não pode ser experenciada por você, porque Ela é Você.

Mas, quando eu digo Ela é Você, você pensa em você como uma entidade, mas não é você como uma entidade, é você como uma não entidade. É uma imaginação sua que existe alguém que precisa de mais amor, alguém que precisa de menos amor, alguém que precisa de mais liberdade, alguém que precisa de mais dinheiro, alguém que precisa disso e daquilo e daquele outro e que pede para o outro, que também é um ninguém, que satisfaça as vontades desse alguém. É um sonho, que não funciona, já funcionou? Olhe bem para a sua própria vida e diga se funcionou…

De onde que eu foco? Para onde que eu foco? Onde você tem focado toda a sua energia até esse momento? Na periferia, tentando fazer com que os outros entendam você, tentando entender os outros e sempre o que resta é um nível de falência, um nível de fracasso, porque não existe ninguém; porque existe ninguém. Enquanto você foca na periferia você não sabe que não existe ninguém, você então pensa que existe alguém, e assim se complica.

Como é que você vai ver e ficar em paz com esse Silêncio, que é inerente a você, com essa natureza que você pensa ser? Se alguém não lhe dá aquilo que você quer, você observa e aceita, porque não tem outra coisa a fazer. O seu foco muda da periferia das satisfações, dos sentidos… O enfoque então, é naquilo que você verdadeiramente é.

É óbvio que você vai usar o seu nome. É óbvio que você vai se mexer normalmente, quanto mais, melhor. É essa a ordinariedade que o Osho pediu e da qual tanto falava. Seja ordinário! Os outros iluminados que a gente conhece são todos extraordinários. Você não foi ao Himalaia? Como é que você vai iluminar? Explique! Algum astrólogo fez a sua carta natal quando você era pequeno? Ou, você deu três passos quando nasceu? Alguém leu numa folha de bananeira o seu futuro, que você iria iluminar aos 33? Era a imaturidade dos tempos que precisava daquelas histórias. Você não precisa! Fique quieto, saiba, é a sua natureza!

A mentira é que você não é um Buda. A verdade é que não há o que dizer e quando não há o que dizer, o que a gente faz? A gente fica quieto. E a natureza desse Ser que você é, é o Silêncio. Vocês já notaram isso? É uma atenção silenciosa. É um êxtase que não pode ser provado, que não pode ser experenciado por você, porque ele é Você. Para ter uma experiência de alguma coisa você precisa estar fora dessa coisa…

A mente gostaria de fazer exatamente isso, experenciar o que eu estou dizendo. Mas a única prova que você pode ter é: Saiba! Fique quieto e saiba você mesmo. Você não precisa da aprovação de ninguém. Quem que vai lhe dar uma aprovação senão você mesmo? Senão esse Ser que você é? Se esse Ser que eu sou é o Ser que você é, como eu posso lhe dar uma aprovação? Não existe eu, não existe você, só Aquilo. Então é indiferente. Quando você sabe, a autoridade nasce de dentro de você inerentemente, naturalmente, sem você ter de fazer nada… E você pode até ser incapaz de transmitir ou conversar a respeito, mas quem se importa?… Esse não é o ponto. A preocupação única que pode ter é: saiba!

E, preocupe-se sem se preocupar, busque sem buscar, porque não está longe de você não está num lugar inacessível muito embora a mente duvide. Talvez você não veja, tem uma neblina e aí a neblina sai, e lá está o Himalaia, aí vem a neblina de novo e você diz:”não pode estar lá”; e aí sai a neblina e está lá. A neblina é a mente, deixe-a fazer isso por quantas vezes ela quiser, só lembre-se de uma coisa: o Himalaia está lá quer você veja ou não.

Você é iluminado quer você saiba ou não, porque é a sua natureza, entenda isso também. Você não pode possuir isso, ao contrário, isso o possui. Está claro? Não tem como você conter isso dentro de você, como é que a gota vai conter o oceano dentro de si mesma? Não tem como condensar a complexidade de tudo dentro de uma gota. É muito mais fácil, muito mais simples, a gota entregar-se, não é? E, se ela se entrega, ela deixa de ser gota e esse é o seu medo.

“Mas se eu não sou mais uma gota, o que é que vai acontecer?” Não vai acontecer nada, só vai acontecer que você não vai mais ter a ilusão de que você é uma gota e a mitologia diz que talvez você não tenha mais vontade de viver nesse corpo. Mas você não vive nesse corpo, essa é a ilusão da história. É esse corpo que vive em Você! É apenas uma brincadeira da Existência para compreender a si mesma, para ver a si mesma, ela lhe dá esses olhos e toda essa capacidade de compreensão. É tanta compreensão que chega a confundi-lo. A vaca não se confunde, não sei se vocês já observaram. Já viu uma vaca discutindo com o touro? “Por que tu vais com aquela outra vaca?” E quanta coisa acontece nessa incompreensão, nesse mal-entendido, inclusive aquela coisa que a gente chama de comparação. Conhece, não é?

“Eu não sou espiritual o suficiente, aquela pessoa é mais espiritual do que eu”, ou o contrário,”eu sou muito mais espiritual do que aquela pessoa”. É tudo periférico. A mente questiona tudo isso porque ela acha que a realização da Essência tem uma forma, uma cara, uma estrutura que, se realiza a Essência, você tem de se comportar de uma determinada maneira, provavelmente baseado nas outras maneiras que você já leu em algum lugar. Esse é o seu problema. Você está tentando comparar com as coisas de outros tempos.

A natureza desse Ser que eu sou, desse Ser que nós somos é Silêncio, é Paz. Todos vocês já provaram: ou andando de bicicleta, ou depois de uma transa, ou depois de uma boa comida e um copo de vinho, ou depois da Dinâmica, ou durante a Dinâmica, ou em algum grupo, ou em algum momento, não provaram? É uma coisa que independe , não está sob o seu controle.”Não está no meu controle”. Mas esse é o mal-entendido da casca da cebola, achando que de alguma forma eu tenho controle sobre o que acontece.Qual é o entendimento da pérola? Não está sob o meu controle, eu não controlo mais. Qual é a natureza dessa Essência que você é? Silêncio, Paz, Verdade são inerentes a esse processo. A Verdade é a natureza desse Ser que você é.

A gente fica esperando aquele livro que virá com aquela palavra chave que eu vou entender em totalidade, mas não tem nada para entender em totalidade. Quantos livros você já comprou e já botou na prateleira da sua casa? E você os leu sem compreendê-los, porque não tem palavras que possam transmitir isso diretamente. Elas podem apenas apontar. O que conta é a sua capacidade de “entender” o simples, e de novo, não é entender. É a sua natureza, não há necessidade de fazer nada, é saber coisas básicas.

É da natureza da mente duvidar, duvidar que eu possa saber, duvidar que possa ser tão simples. Dê boas vindas às dúvidas, duvide! Olhe na direção certa e veja que a dúvida é irrelevante. Tem livros que dizem que aconteceu isto, que aconteceu aquilo. Aconteceu isto e aquilo e aquele outro para aquela pessoa, para aquele corpo-mente, para aquele mecanismo. Quem sabe para você é diferente. Uma coisa transcende essas diferenças periféricas, o que é?

O imperador Wu, da China, foi um imperador que fez muito, construiu muitos mosteiros e trouxe muito dinheiro para o Zen. Ele ouviu que Bodidharma estava vindo na direção da cidade onde ele morava. Ele, então, arranjou um encontro com Bodidharma, chamou-o para o castelo. Quando ele encontrou Bodidharma ele disse:”Eu tenho dado muito dinheiro para os mosteiros, para eles escreverem as escrituras, etc. Eu estou tendo muito mérito?” E Bodidharma respondeu: “Não está tendo mérito nenhum”. Ele tinha gasto muito e sabia que Bodidharma era um dos patriarcas vivos e ficou irado com Bodidharma, é óbvio, e então perguntou: “Sabes com quem estas falando?” Bodidharma disse: “Sei”. E o imperador: “Quem é você para me dizer uma coisa dessas?” Ao que Bodidharma disse: “Não tenho a menor idéia!” Está escrito, é a história. Eu não sei quem eu sou… É o mesmo significado do saber que você é uma coisa que não tem forma, não tem tamanho, não acontece, independe do que você pensa ou deixa de pensar, do que você faz ou deixa de fazer.

Nós, normalmente, visitamos o mundo através do que a gente pensa dele. Nós vemos as coisas sempre com um filtro. A gente dá nomes a tudo: árvore, animais… Tem uma coisa, no entanto, que não tem nome, e se você vê essa coisa, você não a reconhece, porque ela não é reconhecível. E essa coisa, definitivamente, não faz parte da sua experiência pretérita. Ela é uma coisa sempre nova porque ela vive no aqui e agora e no aqui e agora é onde ela mora.

É quem, na realidade, você é. É o que Bodhidharma disse: “Eu não sei quem sou” e veja bem, todas as pessoas que vieram aqui chegaram a mesma conclusão: “Eu não tenho a menor idéia de quem eu seja!”, e é exatamente esse não saber “quem eu sou” que você verdadeiramente é!

Quando você sabe que você não sabe quem você é, você sabe quem você é, porque aí não se confunde mais. Você não vai ficar mais identificado com seu corpo ou com sua mente. E o que eu estou tentando compartilhar com vocês é que, se você percebe o seu corpo e a sua mente, você não pode estar “dentro” deles.

A Consciência transcende o corpo! Por isso é que os “loucos” fazem viagem astral, não sei mais o que… Porque é exatamente isso, eles estão em todo o lugar ao mesmo tempo, na verdade eles não estão viajando, eles estão simplesmente vendo o que pode ser visto e que umas pessoas tem mais discernimento para ver do que outras. Mas não estão viajando nada, não tem ninguém indo a lugar nenhum. Eles não estão saindo do corpo e indo à África.

Se você observar, dentro da própria experiência, você vê que não tem como estar contido no seu corpo. Se você fechar os seus olhos, o que você observa? Não observa que é maior? Maior de tal forma que não sabe onde termina nem onde começa. Veja bem, se a Consciência está em todo o lugar, se a Consciência é tudo, onde que os corpos estão? Não é dentro da Consciência? A Consciência contém tudo. Tudo o que existe é Consciência, mais nada. Não tem nada fora da Consciência!

Tem aquele dizer do Osho que eu vou repetir. Não há peixe dentro d\’água que esteja com sede. Já viu peixe com sede? Não, porque a essência do peixe é a água, faz parte, ele está ali, dentro d\’água. É apenas uma metáfora quando eu falo a Consciência contém o todo, não dá para pensar em termos de matéria e de que está dentro… É apenas uma linguagem… A expressão que eu quero que você compreenda é que eu estou aqui e o meu Eu, Ele não é contido no meu corpo, Ele transcende o meu corpo e todos os corpos. Tudo está dentro de mim, não dentro mim, mas desse Eu que Eu sou. Porque esse Eu que Eu sou não começa em algum lugar, nem termina em lugar nenhum. Tudo que existe é essa Essência!

Quando você realiza quem você é, o mundo da periferia se torna uma brincadeira. Essa brincadeira os indianos chamam de “Leela”. Mas estar identificado com seu corpo-mente é pura ilusão. E essa sensação os indianos chamam de “Maya”, a ilusão dos corpos separados. A verdade é que os corpos todos estão acontecendo “dentro” de quem Eu sou. Não é eu Satyaprem, quem eu sou, é a Essência de todas as coisas, a Consciência. Porque quando você entra em contato, quando você realiza a sua Essência, que não é sua, você cessa de ser quem você é, seu limite é perdido… Não há nada, não pode ter nada. Você não tem espaço e não tem tempo, o que há então?

(Texto extraído do livro “Fragmentos de Transparência”, cap.4)

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Viver de Luz

Jasmuheen

O Processo de 21 dias – A conversão do corpo físico

Os três primeiro dias

  • Seu processo começa à meia noite e, a partir desse momento, não vai mais haver comida nem bebida durante os sete dias seguintes.
  • Esse é um período de tranquilidade para você se consolidar, meditar (sejam quais forem os seus meios) e ficar consigo mesmo.
  • Entre dentro de si para estabelecer contato com seu espírito, seu mestre interior.
  • Afirme que você deseja que o processo continue.
  • É um período para você ficar quieto e comunicar-se com Deus.
  • Na calma, você talvez queira perguntar o nome de seu Eu Sou Presença.
  • No segundo dia, você pode descobrir que está com dor na área dos rins, na parte inferior da coluna e/ou nas coxas.
  • Estar sem líquidos para fazer os rins funcionarem pode causar um certo mal estar ou dor de cabeça. As toxinas que foram liberadas do corpo ainda não foram eliminadas – isso requer tempo.
  • Você pode s]descobrir que está urinando muito e pode haver uma sensação de queimação durante algum tempo.
  • Não se preocupe com seus intestinos por eles não se esvaziarem com a rapidez com que você acha que eles deveriam trabalhar.
  • Você pode sentir o corpo fraco e trêmulo e, por isso, ponha um banquinho embaixo do chuveiro para se apoiar. Se for necessãrio, peça a seu acompanhante para ajudá-lo. Pode usar a banheira, se preferir.
  • Quando precisar usar a salsaparrilha, encha a boca, lave-a por dentro e depois custa no balde.
  • Mastigar gelo e depois cuspi-lo é outra opção – não se permite nenhuma outra forma de aliviar a sede.
  • Não se deve engolir nenhum tipo de líquido.
  • A boca pode ficar grossa com as toxinas acumuladas, ou dar a sensação de estar inchada; continue a enxaguá-la. Escove os dentes normalmente.

O terceiro dia

  • Ficar quieto é a ordem do dia!
  • Em algum momento dessa noite, o Espírito vai se retirar durante algum tempo, esperando até o seu corpo estar pronto para ele reentrar com sua grandeza.
  • Reafirme seu desejo de que o Espírito se retire essa noite e o processo continue.
  • Você pode pedir para perceber quando seu Espírito se retirou.

Na manhã do quanto dia

  • O mais provável é que o Espírito tenha se retirado durante seu sono.
  • Você talvez se sinta diferente. Quando o Espírito saiu de seu corpo, todos os sentimentos e todo o amor também foram embora e, por isso, você pode se sentir vazio.
  • Por meio de sua própria sinto9nização ou pelo contato com seu orientador, se você preferir, verifique se o Espírito se retirou.
  • Seu Eu Divino e Aqueles Que Ascenderam vão começar a trabalhar imediatamente depois que o Espírito se retira, para evitar o início do “processo de morte”. Devem ter começado seu trabalho dias – talvez semanas – antes, mas não terão feito nada que não possa ser revertido caso você mude de idéia antes desse momento. Durante esses quatro dias, eles trabalham com os campos energéticos de todos os seus corpos, alterando seu sistema para usar a energia luminosa e aumentar a frequencia das vibreações de seu corpo.

Do quarto ao sétimo dia

  • A partir do quarto dia, até o sétimo, ainda não é permitido tomar líquidos.
  • Quando se toma algum líquido, o trabalho de sintonização é interrompido e só é retomado 24h depois de sua ingestão (atrasando seu processo). Uma “gota” etérica é inserida na região das costas perto dos rins, de modo que não há necessidade de se preocupar com a falta de líquidos.
  • Continuar quieto ainda é a ordem do dia!
  • Você vai precisar perceber as necessidades de seu corpo durante esses quatro dias.
  • Sugerimos que você se mantenha em repouso e imóvel em ttrês períodos ao longo do dia.
  • Escolha as horas e siga o que você estabeleceu. Sugerimos 10h, 13h e 16h.
  • O processo de realinhamento dura aproximadamente 2 h de vada vez.
  • Você talvez sinta parte desse processo de realinhamento.
  • Você vai saber instintivamente quando se virar, quando ficar imóvel ou ir ao banheiro, etc.
  • Você pode se sentir zonzo ou pesado.
  • O mais importante de tudo é ficar quieto durante esse período – você pode pensar que não está acontecendo nada. No entanto, se você ficar quieto, vai perceber. Pode ser muito sutil.
  • Seu Eu Divino o está guiando. Você está em segurança e protegido.
  • Tudo quanto precisa fazer é entregar-se ao processo.
  • Você talvez queira conversar com os anjos enquanto eles lhe dão assistência.
  • Você pode tomar um banho de banheira ou de chuveiro, se quiser.
  • Você pode ter o que chamam de “aumento etérico de tamperatura”, sentindo muito calor. Você pode se sentir tentado a tomar um chuveiro frio ou pular na piscina; não faça isso – resista. Ambas são medidas muitro drásticas para o corpo nesse momento. Para diminuir o calor, pegue um pedaço de gelo ou enrole cubos de gelo numa toalha de prato e coloque-a na nuca – esse é um centro que vai ser sensível e que vai refrescar você.
  • Durante esses dias, você pode sentir muita sede mesmo. Portanto, preste atenção, resista à tentação porque, se tomar líquidos, só vai prolongar o processo e adiar sua primeira bebida no sétimo dia.
  • Como você se encontra mais no espaço mental, seus pensamentos podem ser muito aleatórios e difusos, com muito raciocínio e senhum sentimento. Procure aquietar a mente e meditar para obter paz de espírito.
  • Você pode estar muito irritável, as idiossincrasias que vicê tiver podem vir a tona e você precisa eatar alerta e pacificar a mente.

No sétimo dia

  • Por meio de sua sintonização interior ou de seu orientador, pergunte quando você pode tomar sua primeira bebida – em geral, nesse dia, é mais no fim da tarde ou à noite. É permitido um suco (ou você talvez prefira água, ou não tenha vontade de beber nada. Use seu dicernimento e siga as orientações recebidas – Jasmuheen).
  • Esse suco pode ter uma concentração de 25%. Deve estar à temperatura ambiente, fresco. Deve ser em pequena quantidade. Uma hora depois você pode tomar outro copinho de suco.
  • Lembre-se que seu corpo não ingeriu nada durante 7 dias… portanto, beba devagar.
  • Você vai receber instruções específicas na hora em que for tomar sua bebida.

Do oitavo ao décimo quarto dia

  • Ficar quieto ainda faz parte de sua rotina diária.
  • Converse com os anjos para que eles o ajudem em sua cura. Alegre-se. Logo estará se sentindo maravilhosamente bem.
  • A partir de agora, você pode tomar suco de frutas diluido.
  • É qconselhável beber mais de 1,5 litros por dia durante esse período de uma semana, a menos que seja enfaticamente orientado em contrário.
  • Por favor, entenda que voê passou por um grande realinhamento energético – portanto, repouse
  • Agora vem o processo de cura. Ele vai durar os próximos sete dias e a instrução acima deve ser seguida rigorosamente todas as vezes.
  • Comida é algo que deixou de fazer parte de sua realidade porque sua realidade não é mais o que era.
  • Se for bombardeado com projeções mentais provenientes de uma fonte externa (que é negativa), você precisa encontrar uma forma de ocupar a mente com algo mais tranquilizador. Sua mente légica e seu ego/personalidade podem ficar descontrolados nesse momento. Você está em total segurança – quanto a isso não há dúvida. Portanto, por favor, não dê absolutamente nenhum crédito à negatividade.
  • Essa é a semana da cura – um período belíssimo. Desfrute dele e repouse.
  • Você pode ser comparado a um inválido, portanto,m aceite a situação e comporte-se de acordo.
  • Você talvez durma muito.
  • Você pode se sentir com mais espaço.
  • Pode continuar a sentir mal-estar físico.
  • A experiência de cada um é única.
  • Mas você também pode se sentir com muita energia. não use essa energia, reserve-a para a cura.
  • Algumas pessoas chegaram à conclusão de que não estavam repousando o suficiente e começaram a se sentir doentes ou a ter um desconforto qualquer – um sinal de que o espírito quer que você fique quieto.
  • Você talvez goste de um banho nesse momento.
  • Repouse, leia e passe esses dias aproximando-se de seu Eu Divino.

Do décimo quinto ao vigéssimo primeiro dia

  • Essa é uma semana de integração. A cura está chegando ao fim. As energias superiores da faixa energética seguinte da consciência – uma faixa mais requintada – de seu Eu Superior ou de seu EU SOU Presença – vão começar a entrar no corpo vazio, um pouco mais cada dia.
  • Você vai começar a se sentir mais forte.
  • Pergunte: qual é meu papel, o sentido de minha vida? O que vim fazer aqui?
  • Você talvez possa assistir um vídeo de vez em quando. Mais precisam ser vídeos que façam você se sentir bem.
  • Suco de frutas com 40% de concentração é to]udo quanto é permitido – nenhuma sopa ou leito são permitidos.
  • Aceite cada dia tal como ele vem e continue vivendo o memento presente.

O vigésimo primeiro dia

Se você está passando pelo processo sozinho, pergunte a seu mestre interior, ou faça contato com seu orientador, para confirmar que você terá terminado à meia-noite desse dia (note por favor, que o uso de mea-noite não tem nada a ver com “hora mágica”, como entendeu uma querida senhora francesa – significa apenas o fim do dia).

As mudanças depois do processo de 21 dias

Você já deve ter notado seu desprendimen to. Pode sentir-se comum ou extraordinário. Pode estar com uma sendibilidade exacerbada para os cheiros, sabores e toques. Os dentes pdem estar sensíveis. Você pode ter algumas sensações de dor pelo corpo…. saiba que a cura ainda está em andamento.

A essa altura, não é raro as pessoas se perguntarem se houve alguma mudanã ou, se houve, não as percebem. As mudanças são sutis, mas sua sensação de levesa e bem-estar serão evidentes. Eu própria notei só pequenas mudançase, à medida que o tempo foi passando, percebi que mais coisas estavam mudando. Meu andar estave diferente (meus pés estavem mais alinhados, em ve de se virarem para fora) e eu estava mais alta e mais ereta. Meu sentimento genuíno de ligação e uma sensação intensa de ser uma só com Deus levou alguns meses para se concretizar. Tenha paciência consigo mesmo, tenha amor por sua viageme, acima de tudo, usufrua do que está acontecendo.

A liberdade autêntica é permanente

Agora que você completou o processo de 21 dias, está fora do alcance de suas crenças antigas. Viver com as cranças antigas ao mesmo tempo em que procura acreditar em Deus pode ser difícil. Você não vai conseguir conviver com sistemas de crenças conflitantes. É bom lembrar que o processo é realmente o início do resto de sua vida – portanto, aconha o novo “você”. Renascer é liberar-se do passado e colocar o futuro nas mãos de Deus

A partir de agora você não tem nenhuma necessidade física ou nutricional de comida ou bebida. Seja o que for que você decidir beber, é importante não dar um gole adicional ao ego/mente superficial. Por exemplo: algumas pessoas foram tentadas, por causa do velho condicionamento, a acrescentar uma banana amasada a um copo de leite. O ego vai justificar dizendo que você precisa da banana por causa da fibra, ou do potássio. Ao escolher suas bebidas, algumas pessoas acham que estas precisam ser naturais, puras e saudáveis. Você não precisa mais excolher uma bebida baseado em seus valor nutritivo.

Seu desejo de comer ou beber não tem origem física; vem de uma fonte mental ou emocional. Preste atenção, pois se esse desejo se manifesta, você pode muito bem querer matá-lo com uma bebida. Não há problema senhum e sugerimos que você seja uma testemunha do que está fazendo. Sendo um espectador dessas sensações ou pensamentos, você em geral obtém insights e cresce. A mudanã vai se dar como o passar do tempo. Mas é possível que suas papilas gustativas desejam certos sabores. isso também vai mudar com o tempo.

Seja gentil consigo mesmo. Você não tem de ser uma pessoa orgulhosa porque não como nem bebe. Alguns só bebem água ou chás de ervas porque é considerado saudável. Parte das tentativas de auto-sabotagem do ego é fazer você acreditar que existem regras fixas, um sistema de normas a respeito de bebida, ou uma forma particular a ser seguida. Nenhum tipo de bebida que você quiser tomar á problema.

Resolva o que beber sem perder a alegria de viver. Se você tiver vontade de tomar café, tome. Se quiser beber áqua, beba. E, se quiser suco, vá em frente. Você pode determinar que tipo de líquido é bom prá você pela forma como se sente quando o consome. Se for p]esado demais, você vai saber. com toda a certeza. Ir em busca de Luz e Amor e curtir nossa própria pessoa é nossa primente preocupação. Há uma linha tênue entre negar a si mesmo e o exercício da autodisciplina. Você precisa descobrir o equilíbrio para não se sentir privado.

Não se julgue de maneira rigorosa deiams sobre o que é certo e o que é errado sobre o consumo de líquidos. Depois do processo, algumas pessoas ficam muito autodisciplinadas e não procuram distrações tendo de bebewr alguma coisa. Outras descobrem que precisam beber mais e precisam se dar prazeres para se sentir bem. Cada pessoa é única – evidentemente – e cada uma está num estágio diferente da viagem. Estamos aqui para curtir nosso desenvolvimento, portanto, aproveite e seja bom consigo e com os outros.

Socialmente, não há motivo algum para não estar presente na hora do almplo e do jantar de outras pessoas. Por exemplo: você pode pedir uma tigela de sopa leve e uma bebida sem chamar atenção sobre si e sem parecer diferente. Assim que você estiver à vontade e aceitar sua nova maneira de ser, os outros não vão sequer notar ou se preocupar com o que você está comendo. Descobrimos que nossas atividades sociais e nossos negócios giram em torno de refeições em restaurantes, lanchonetes, etc., constumam ser mais fáceis. Como prestávamos atenção na saúde e nos preocupávamos com coisas como açucar branco ou mascavo, boa qualidade e frescor dos alimentos, quantidades de conservantes, etc., descobrimos agora que podemos ficar mais relaxados e aproveitar melhor a vida.

Você agora está num ponto em que tem condições de entrar dentro de si e pedir para que todas as suas nexessidades sejam atendidas. Durante os últimos 21 dsias, sugerimos que você tivesse confianã para conseguir cura e saúde totais. Talvez seja preciso algum tempo antes de seu corpo estar perfeitamente alinhado; permita que esse processo continue sem interferência externa. Você é mais que capasz de curar a si mesmo. Para chegar a seu nível ótimo e a um estado de saude plena, você não precisa de tratamento dos outros, quer diaer, de médicos. Seu prso e sua saúde perfeitos se manifestarão automaticamente.

Livro: Viver de Luz – A fonte de alimento para um novo milenio

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Treinamento em Análise Bioenergética

TÉCNICAS I

Grounding (*)

(*) Exercícios de Bioenergética, A Lowen e L. Lowen

Exercício 2 / Flexão dos Joelhos

Fique de pé com os pés separados cerca de 20 cm, na sua posição normal. Observe se seus joelhos estão trancados ou fletidos, se seus pés estão paralelos ou virados para fora, se o seu peso está caindo no peito do pé ou atrás, nos calcanhares.

Agora dobre ligeiramente seus joelhos. Coloque os pés absolutamente paralelos. Leve o peso para a frente sem levantar os calcanhares, de modo que caia no peito do pé.

Devagar, dobre e estique os joelhos seis vezes, e depois fique nesta posição cerca de 30 segundos respirando normalmente.

Exercício 3 / Soltar a barriga

Deixe que a barriga se solte (abdômen inferior) tanto quanto possa ir. Respire normalmente por um minuto.
O propósito deste exercício é permitir que você sinta as tensões na parte inferior do corpo.

Exercício 4 / Arco

Este exercício é parecido com o precedente, exceto por exercer certa pressão (stress) no corpo para ampliar mais a respiração e para colocar mais força nas pernas. Se for feito corretamente, ajuda a liberar a tensão abdominal que torna a barriga saliente.

Fique de pé com os pés separados 40 cm, os artelhos virados ligeiramente para dentro.

Agora coloque ambos os punhos fechados com os polegares voltados para cima, na linha da cintura.

Dobre os joelhos tanto quanto puder sem levantar os calcanhares do chão.


Arqueie-se para trás, dobre seus punhos, mas preste atenção para que o peso do corpo continue sobre o peito dos pés. Faça respiração abdominal profunda.

Todos os exercícios em que a pessoa se arqueia para trás, tanto na posição de arco como sobre o banco de bioenergética são regularmente seguidos por um outro em que a pessoa se dobra para a frente. Isto não somente alivia a pressão (stress) e aumenta a flexibilidade do corpo como também promove a descarga da excitação produzida no exercício precedente. As vibrações nas pernas são tais descargas.

Exercício 1 / Exercício básico de vibração e grounding

Fique em pé com os pés separados cerca de 25 cm; artelhos ligeiramente voltados para dentro de modo a alongar alguns músculos das nádegas. Incline-se à frente tocando o chão com os dedos das duas mãos. Os joelhos devem estar ligeiramente dobrados. Não deve haver peso algum nas mãos; todo o peso do corpo deve cair nos pés. Deixe a cabeça pendurada o máximo possível.

Respire vagarosa e profundamente pela boca. Atenção para manter a respiração (esqueça de respirar pelo nariz por enquanto).

Deixe o peso de seu corpo ir para a frente, de modo que ele caia no peito do pé. Os calcanhares podem ficar um pouco erguidos.

Estique os joelhos devagar até que os músculos posteriores estejam esticados. Isto não significa, entretanto, que os joelhos devam ficar totalmente esticados ou trancados.


Fique nesta posição por um minuto maios ou menos.

Levante o corpo até a posição ereta, com os joelhos levemente dobrados. Relaxe, deixando a barriga solta e respirando normalmente.

Respiração(*)

(*) Exercícios de Bioenergética

Exercício 5 / Respiração abdominal

Deite-se no chão, sobre um tapete. Dobre os joelhos. Seus pés devem ficar totalmente apoiados no chão, separados uns 30 cm; artelhos ligeiramente voltados para dentro.

Alongue a cabeça para trás tanto quanto ela possa ir confortavelmente, para abrir a garganta. Coloque ambas as mãos na barriga, sobre os ossos pubianos, para que você possa sentir os movimentos abdominais. Respiração abdominal normal, com a boca aberta, por um minuto mais ou menos.

Exercício 5-A / Variação – Balanço da pelve

Agora, balance a pelve suavemente para trás, em cada inspiração, e traga para a frente na expiração. Faça isso respirando, durante um minuto.

Exercício 5-B / Variação – Expiração

Emita um som moderadamente alto, como um “ah”e mantenha o som tanto quanto agüentar, sem forçar. Quando parar, respire normalmente e comece de novo. Faça este exercício quatro ou cinco vezes e observe se a cada vez você consegue manter o som por mais tempo.

Cuidado para não forçar o som. Forçar o som ou a respiração apenas contrai mais sua garganta e produz tensão.

Talvez você descubra que a sua voz começa a tremer ao final do som. Você talvez comece a soluçar. Isto é certo. Deixe acontecer e chore à vontade, se o choro surgir espontaneamente. Chorar ajudará sua respiração mais do qualquer outro exercício.

Exercício 6 / Respiração e vibração

Aqui está outro exercício que irá ajudá-lo a respirar mais espontaneamente. Enquanto você estiver deitado no chão, coloque suas pernas para cima, no ar. Seus joelhos devem estar levemente flexionados. Dobre os tornozelos e empurre para cima, pelos calcanhares.


Suas pernas devem começar a vibrar.


Mantenha as pernas vibrando com os calcanhares projetados para cima.


Perceba que sua respiração vai se tornando mais profunda.


Mantenha suas nádegas contra o chão.


Após fazer este exercício por um minuto, coloque os pés de volta no chão, em posição de descanso.

Actings (*)

(*) Metodologia da Vegetoterapia Caractero-Analítica, Federico Navarro

Primeiro Acting:


Fitar um ponto no teto, perpendicular à cabeça, cuidando para não perdê-lo. Ao mesmo tempo, mantém-se a boca aberta. Duração: 20 minutos. Depois faz-se caretas e segue-se à verbalização.

Segundo Acting:


Propõe-se ao cliente fitar alternadamente um ponto no teto (sempre o mesmo, cuidando para não perdê-lo) e a ponta de seu nariz, com ambos os olhos. Ao mesmo tempo, estica-se ritimicamente os músculos labiais, simulando uma sucção, sugando o ar durante a inspiração e relaxando os lábios na expiração, durante 20 minutos. Em seguida, faz-se caretas e segue-se à verbalização.

Terceiro Acting:


Mover os olhos lateralmente para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo em que mastiga-se e morde-se uma toalhinha. Duração: 20 minutos. Em seguida faz-se caretas e passa-se à verbalização

Quarto Acting:


Girar os olhos e mostrar os dentes. Duração: 20 minutos. Em seguida faz-se caretas e passa-se à verbalização.

Contato Visual (*)

(*) Bioenergética, A Lowen

A principal tarefa terapêutica no trabalho com os olhos é soltar o medo bloqueado que neles se oculta. Pra conseguir isso faço o seguinte procedimento:o paciente deita-se numa cama com os joelhos dobrados e a cabeça voltada para trás. Peço-lhe que assuma uma expressão de medo, erguendo as sobrancelhas, arregalado os olhos e escancarando a boca. As mãos ficam no ar , em frente ao rosto, cerca de quarenta e cinco centrímetros longe do mesmo, as palmas voltadas para fora e os dedos abertos, numa atitude de proteção. A seguir, debruço-me sobre o paciente e peço-lhe que olhe diretamente dentro dos meus olhos, enquanto eu fico a cerca de trinta centrímetros dele. A despeito do fato de o paciente estar numa posição de vulnerabilidade e de ter assumido uma expressão de medo, poucos permitem-se sentir assustados. É freqüente olharem para mim sorrindo, como se dissessem: \’Não há motivo para ter medo. Você não vai me fazer nenhum mal porque sou um menino bonzinho”. Para poder suplantar esta negação defensiva, aplico pressão com o polegar sobre os músculos risórios de ambos os lados das abas do nariz. Isto impede que o paciente sorria e retira a máscara de seu rosto.

Se for feito corrtetamente (e devo acrescentar que é uma manobra que exige habilidade e experiência consideráveis), o procedimento trará à tona um sentimento de medo e talvez até elicie um grito, como se a defesa contra o medo desaparecesse. Fazer com que o paciente emita um som antes de aplicar-lhe a pressão provoca a descarga do grito. Deixo de fazer pressão quando o grito se inicia mas, em muitos casos, o grito perdurará mesmo depois de retirada a pressão, enquanto os olhos permanecerem arregalados. No entanto, há poucos pacientes que reagiram espontaneamente a uma expressão de medo por meio de um grito. Alguma não reagem nem mesmo quando se lhes aplica pressão. Nesses casos, a defesa contra o medo tem raízes muito fundas.

Depois do grito, geralmente peço ao paciente que estenda o braço e toque o meu rosto com suas mãos. Descobri que o grito solta o medo e abre caminho para sentimentos de ternura e amor. Ao olharmos um par a o outro, os olhos do paciente se amolecem e enchem de lágrimas, enquanto o desejo de contato comigo (na qualidade de substituto do pai ou mãe) se avoluma em seu peito. O procedimento termina normalmente num abraço apertado, durante o qual o paciente soluça profundamente.

Como já mencionei, este procedimento não funciona todas as vezes. Muitos pacientes estão por demais assustados com seu próprio medo para permitiram que este venha à superfície. Quando isto acontece o efeito é dramático.

Há vários outros procedimentos que podem ser empregados para mobilizar os sentimentos nos olhos. Um deles é importante de ser descrito: uma tentativa de trazer o paciente para fora, por meio dos olhos, fazendo-o contatar com os meus.

Neste procedimento, o paciente também está deitado na cama, na mesma posição. Debruço-me sobre ele e peço-lhe que estenda os braços e toque meu rosto com as mãos. Coloco meus polegares em suas sobrancelhas e com um movimento delicado e apaziguador tento desmanchar alguma manifestação de ansiedade ou de preocupação, que porventura encontre, capaz de provocar o tensionamento desta região. Ao olhar suavemente dentro dos olhos do paciente, geralmente vejo uma criancinha prestando atenção em mim por trás de um muro, ou por uma fechadura, com vontade de sair para fora mas sem ousar fazê-lo. Esta é a criança mantida oculta no mundo. Posso dizer-lhe: “Venha para fora e brinque comigo. Está tudo bem “. \’E fascinante verificar a resposta dada, quando os olhos relaxam e o sentimento flui até eles e, por intermédio destes, até mim. Aquela criancinha deseja desesperadamente sair e brincar, mas está morta de medo de magoar-se, de ser rejeitada ou de que riam na sua cara. A criancinha necessita do meu apoio para sentir-se segura e aventurar-se e, em especial de ser tocada amorosamente. E como é bom sair e descobrir-se aceito.

Uma experiência como esta poderá ser a primeira vez, num longo período de tempo, em que o paciente tenha revelado e reconhecido a criança que se oculta dentro de si. Mas assim que esta identificação é feita a nível consciente, está aberto o caminho para a análise e para a elaboração de todas as ansiedades e medos que forçaram a criança a esconder-se e a enterrar seu amor. Porque a criança é amorosa e é esse o amor que não ousamos expressar na ação por meio dos olhos, com nossas vozes e com nossos corpos.

Todas estas reações são anotadas e discutidas e são o melhor grão Para o moinho terapêutico na medida em que são experiências imediatas e convincentes. Depende muito, evidentemente, da sensibilidade do terapeuta e de sua liberdade em fazer contato, em tocar e ser tocado, e principalmente de sua capacidade de manter-se isento de qualquer envolvimento emocional com o paciente.

Exercício de cair (*)

(*) Bioenergética, A Lowen

Coloco um cobertor bem macio dobrado, ou um colchão no chão, pedindo ao paciente que fique de pé à frente dele, para que ao cair, faça-o sobre a superfície macia. Ninguém se machuca com este exercício e até hoje não aconteceu acidente algum. Enquanto a pessoa fica em pé à minha frente, tento formar uma imagem de sua atitude, de modo como se coloca no espaço, do modo como fica em pé no mundo. A elaboração desta imagem requer habilidade na leitura da linguagem corporal, experiência com tipos diversos de pessoas e uma boa imaginação. Neste momento, em geral, já consigo formar alguma idéia da pessoa, de seus problemas e história. Mas quando não consigo obter uma impressão nítida da atitude da pessoa, valho-me deste exercício para que revele qual o problema que a mantém em suspenso, obcecada.

A seguir, peço para que a pessoa desloque todo seu peso para uma das pernas, dobrando totalmente o joelho. O outro pé toca de leve o chão, sendo usado para equilíbrio. As instruções são muito simples. A pessoa tem de ficar nessa posição até cair, mas não deve deixar-se cair. Deixar-se abaixar conscientemente não é cair porque a pessoa controla a descida. A queda, para ser eficiente, deve comportar um caráter involuntário. Se a mente estiver voltada para a manutenção da postura, a queda irá representar a liberação do corpo de seu controle consciente. Dado que a maioria das pessoas tem medo de perder o controle de seus corpos, esta é uma prova evocadora de ansiedade.

O objetivo desse exercício é por a nu as obsessões que mantém a pessoa em suspenso e que dão origem à ansiedade de cair. O exercício testa ao contato que aquela pessoa tem com a realidade.

O exercício torna-se mais eficiente quando a pessoa deixa que seu corpo desmorone no chão enquanto está apoiado numa só perna. É necessário encorajar a pessoa para que deixe o peito cair e respire livremente, para deixar que os sentimentos apareçam. Insisto também par que repita em voz alta: “Vou cair”, já que é isto que vai acontecer.

Não é raro a pessoa afirmar espontaneamente: “Não vou cair”. Poderá ser dito com determinação, às vezes até com os punhos cerrados.

Exercício de entrega ou rendição – Variação(*)

(*) Manual de Treinamento para Análise Bioenergética


O mesmo exercício anterior sendo que o paciente poderá usar a mão direita repousando suavemente sobre um suporte ou cadeira que deverá estar ao seu lado. O braço esquerdo está estendido e a mão tocando levemente o colchão.

O paciente é aconselhado a respirar com facilidade e se manter nesta posição o maior tempo possível. Ele é informado que quando não agüentar mais esta posição, se deixe cair.

A perna direita deve apresentar um tremor antes do paciente se deixar cair. Se isto não acontecer, significa que não está permitindo nenhum sentimento fluir através da perna. Neste caso, eu recomendo que se faça o paciente estender e dobrar a perna direita algumas vezes para aumentar a sensação nela.

O exercício é repetido com a perna esquerda quer na mesma posição ou girando e se colocando na posição oposta. Geralmente faço cada pessoa executar duas quedas com cada perna. Uma só não é suficiente para evocar o medo de cair. Três quedas talvez seja demais e só ocasionalmente faço uso dessa quantidade.

Freqüentemente os pacientes rompem no choro depois que caem. Há uma sensação de segurança no fato de estar no chão depois da queda e descobrindo que não está destruído, nem sozinho, nem abandonado, nem humilhado, nem derrotado.

No momento da quarta queda, sugiro à pessoa dizer “eu me rendo”enquanto cai. Dizer estas palavras, ao mesmo tempo que está caindo, faz com que a experiência pareça real. É regra geral que na combinação das palavras com a ação corporal, dá-se a integração do ego com o corpo.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS PARA TÉCNICAS

1. Exercícios de Bioenergética, Lowen, A e Lowen, L
2. Bioenergética, Lowen, A
3. A Espiritualidade do Corpo, Lowen, A
4. Manual de Treinamento para Análise Bioenergética
5. O Labirinto Humano, Baker, E. F.

Exercícios Para Trabalhar o Grounding (*)

INSTRUÇÕES GERAIS:
1.Os exercícios de bioenergética deverão ser praticados com a maior precisão possível, para que se obtenham os resultados esperados.
2.Procurar sempre prestar atenção para a respiração, que deve ser longa e profunda, incluindo o peito e o abdômen. Lembre-se que a respiração é a chave do “controle” emocional.
3.Lembrar sempre de deixar os joelhos flexionados e soltos, para permitir o fluxo energético no corpo e sua descarga na Terra.
4.Estar atento às tensões e sensações corporais, procurando relaxá-las com a respiração. Ídem aos sentimentos, pensamentos, lembranças, imagens.
5.Acolher e expressar as emoções sejam elas quais forem.
6.Emitir sons e palavras ou frases que vierem à mente
7.Atentar para as dificuldades e bloqueios corporais e/ou psicológicos, observando como se apresentam. Eles são as resistências (defesa) do seu organismo à mudança.
8.Os exercícios deverão ser realizados sem esforço e sem exigência. Cada um deverá observar seus limites. Os efeitos serão progressivos, bem como sua tolerância a eles.

N.1: FLEXÃO DOS JOELHOS

Este exercício, é também denominado de BASE, pois todo o trabalho bioenergético se inicia nele. Lowen, retirou o cliente do divã e o colocou em pé, ou seja, na base. Proporciona sensações nos membros inferiores, pernas e pés, percebidas como vibrações, tremores ou formigamentos. Significa o fluxo energético em direção descendente, para descarga e troca com na Terra. Além de fortalecer as pernas, desenvolve sua sensibilidade e sentimentos de segurança e firmeza.

Descrição: em pé com os pés separados, cerca de 20cm, absolutamente paralelos e com os joelhos ligeiramente fletidos ou dobrados, a bacia solta . Levar o peso do corpo para a frente, sem levantar os calcanhares do chão, de modo que o peso caia no peito do pé. A coluna reta, porém sem enrijecer, a cabeça erguida e alinhada, olhando para frente, na horizontal. Ombros, braços e mãos pendentes e relaxados.Mandíbula solta, garganta relaxada, lábios entreabertos.Relaxar o tórax e o abdômen, de modo que a respiração seja plena e profunda.

Variação: se você tiver dificuldade para sentir as vibrações, poderá acentuar o exercício, dobrando e esticando devagar os joelhos algumas vezes e depois voltando a posição original, respirando normalmente.

Se sentir dor, procure permanecer em contato com ela, expressando-a, através de sons gemidos ou queixas. Quando os músculos relaxam, a dor acaba desaparecendo.

Procure ficar atento à sua respiração e tensões no corpo, buscando um relaxamento. Ídem aos sentimentos, pensamentos, lembranças e imagens. Esteja aberto para acolher e expressar emoções que possam surgir.

N.2: ARCO


Este exercício exerce certo stress no corpo, para ampliar mais a respiração e para colocar mais força e sensibilidade nas pernas. Ajuda a liberar a tensão abdominal e a fazer contato com uma qualidade de energia agressiva (irritação, raiva). É um exercício de carga energética.

Descrição: em pé com os pés separados cerca de 40cm, os artelhos virados ligeiramente para dentro.Coloque ambos os punhos fechados, com os polegares voltados para cima, na linha da cintura(região lombo-sacra). Dobre os joelhos tanto quanto puder, sem levantar os calcanhares do chão. Arquei-se para trás, empurrando os punhos e movendo a pélvis para frente.Aproxime um pouco os cotovelos. O peso do corpo deve permanecer sobre o peito dos pés.A cabeça deverá ser mantida alinhada e não para trás. Olhos abertos, olhando na horizontal, fazendo contato. Respiração abdominal profunda. Você poderá emitir sons junto com a expiração do ar, deixando-os tornar-se cada vez mais audíveis e longos.

Variação: para ajudar a fazer contato com a energia agressiva, tencione o maxilar inferior puxando-o para a frente, mas sem trancar os dentes, procurando mostrá-los.

N.3: EXERCÍCIO BÁSICO DE VIBRAÇÃO E GROUNDING


Todos os exercícios em que a pessoa se arqueia para trás, são regularmente seguidos por um outro em que se dobra à frente, para relaxamento e descarga energética.

Descrição: dobre-se lentamente para a frente até as pontas dos dedos tocarem o chão sem colocar nenhum peso neles. Solte completamente a cabeça , o pescoço, ombros e braços, mantendo-os pendentes. Olhos abertos. Deixe que o peso do corpo fique apoiado sobre a ponta dos pés e não sobre as mãos e calcanhares. Joelhos flexionados. Lentamente vá esticando as pernas até sentir um ponto onde as vibrações começam. Não tranque os joelhos. Respire normal e profundamente durante um minuto ou mais ou durante 25 ciclos respiratórios. Quando desejar, eleve o corpo muito lentamente, vértebra sobre vértebra a partir da pélvis até a posição ereta, mantendo os joelhos levemente dobrados. Relaxe deixando o abdômen solto, respirando normalmente.

Variação: para incrementar as vibrações, você poderá flexionar e esticar as pernas repetidamente, porém lentamente. Os movimentos deverão ser mínimos, mantendo os joelhos flexíveis.

(*) Os exercícios foram extraídos e adaptados dos livros de Lowen, Exercícios de Bioenergética e A Espiritualidade do Corpo

Técnicas II

Trabalho com o “Stool” ou banco de Bioenergética (*)

(*) Adaptado do livro Exercícios de Bioenergética, A Lowen e L. Lowen

Deitar-se sobre o Stool ou banco de bioenergética é uma parte importante do trabalho bioenergético com o corpo. Ajuda a alongar os músculos contraídos das costas o que, de outra forma, é muito difícil de se conseguir. Ajuda a respirar mais profundamente sem se fazer um grande esforço consciente. Se você se deita sobre o banco e consegue relaxar nessa posição tensionante, sua respiração torna-se espontaneamente mais profunda. Você não tem de se esforçar para conseguir isto. Da mesma forma, a própria posição alonga e alivia os músculos tensos da costas. Alem do mais, ajuda a entrar em contato com os conteúdos psicológicos interiores e na expressão de sentimentos e emoções. Ou seja, traz à luz da consciência o material inconsciente para ser vivenciado e analisado.

O banco de bioenergética usado agora é uma adaptação do banco de madeira para cozinha usado originalmente. O banco tem 60 cm de altura e o tampo 15 ou 20 cm. Como em sua versão original, o banco tem pernas abertas e ligadas por cruzetas que dão uma base sólida e larga. Uma baqueta de madeira de 2,5 cm é colocada abaixo do assento e se projeta 12 a 15 cm de comprimento, em ambos os lados. Servem para você se segurar e ajudam no momento de se levantar do banco.

Existem várias formas de trabalhar com o banco. O exercício básico é deitar-se com as costas sobre o banco, ao nível da parte inferior dos omoplatas, na mesma linha dos mamilos. Este nível está perto de onde os brônquios (duto aéreo) se dividem em dois ramos, cada um dirigindo-se para um dos pulmões. É uma área de constrições severas, na maioria das pessoas. Ao deitar-se no banco, a pessoa estica os braços para trás, alcançando com as mãos uma cadeira colocada logo atrás do banco.

Exercício 83 / Deitar-se sobre o banco

Para ficar sobre o banco com facilidade, fique de pé indo com as costas para trás e apoiando as duas mãos no tampo atrás de você. Então, bem devagar, vá baixando suas costas até que elas se apoiem no tampo e deixe os braços soltos. O banco agüentará o seu peso. Agora vá levantando os braços até alcançar a cadeira atrás de você. Dobre os joelhos, mantendo os pés totalmente apoiados no chão.

Fique deitado no banco o quanto for razoável para você, mais não mais de um minuto, da primeira vez. Tente sentir o que vai acontecendo com o seu corpo.

Quando você for levantar, não o faça imediatamente. Levante a cabeça e coloque as mãos cruzadas atrás dela como suporte. Esta é a posição de descanso que permite à respiração profunda continuar sem tensão.

A dor em geral desaparece com a prática, à medida que os músculos das costas relaxarem. Com o tempo, o exercício pode se tornar até prazeroso.

Quando o abdômen está fortemente contraído, o alongamento dos músculos abdominais nesta posição pode ser algo doloroso. Esta dor desaparece quando estes músculos relaxarem com a respiração profunda.

Se você sentiu alguma dor na parte inferior das costas é sinal de uma considerável tensão nesta área.

Se você conseguiu sentir seus pés no chão, você deve ter percebido uma carga ou excitação fluindo para eles, manifestada por um formigamento ou outras parestesias (sensação de alfinetadas) ou formigamento nos braços e face.

Se você teve algum problema para respirar ou se sentiu sua garganta apertada ou com certa sufocação, isto é um sinal de que inconscientemente você está se contendo para não respirar profundamente. Você pode superar este problema, até certo ponto, emitindo um som enquanto expira. A sensação de sufocação pode ser causada também por um bloqueio do impulso de chorar, isto é, de “sufocando”. Se você sente este impulso tente expressá-lo. Uma técnica que pode ajudar nesse momento é pedir ao cliente que respire profundamente procurando forçar a expiração esvaziando completamente o pulmão. Ao mesmo tempo em que exala o ar pede-se-lhe que emita um som “ah” o mais longo e mais alto possível e ao final da expiração “ah, ah, ah” até esvaziar completamente, simulando o som de um choro.

Se você percebe o seu cliente com grande tensão e rigidez no pescoço, você pode trabalhar a musculatura tentando alivia-lo, pressionando e massageando os músculos do pescoço especialmente o esternocleidomastoídeo e o osso hioídeo e seus músculos, bem como a laringe levemente, no sentido da fúrcula esternal até o queixo.

Caso a boca esteja contraída pede-se ao cliente para abri-la o mais que puder e ao mesmo tempo massageia-se e pressiona-se os músculos da face, especialmente os masseteres.

As vezes a necessidade de eliciar o reflexo do vômito, ou da tosse pressionando-se a laringe na fúrcula esternal.

Ao final levante-se para a posição de descanso com as mãos atrás da cabeça e respire tranqüilamente por um pouco de tempo.

Quando você decidir sair do banco (você não deve ficar mais de dois minutos por vez), coloque as mãos sobre o tampo ou nas baquetas e empurre-se para cima até ficar sobre seus pés.

Depois de ter estado no banco em qualquer posição, você deverá inverter a posição de arco, dobrando-se para a frente. Veja Exercício Básico de Vibração e Grounding descrito em Técnicas I.

Você deve notar que em todos os exercícios de bioenergética, o movimento feito numa direção é seguido de outro na direção oposta. Tal procedimento aumenta a flexibilidade do corpo e, por extensão, a flexibilidade da personalidade.

Exercício 84 / Diferentes posições no banco

O banco de bioenergética é usado para alongar e relaxar todos os músculos das costas. No exercício anterior a pressão foi localizada na parte superior das costas. Mas pode ser também dirigida a outras áreas das costas, simplesmente se apoiando mais para cima ou para baixo no banco. Se você se deitar no banco com o tampo no meio das costas, a pressão (stress) afetará os músculos desta área, assim como o diafragma, que tem sua inserção nas vértebras medianas.

O banco pode ser colocado na frente de uma cama para lhe dar maior segurança quando se inclinar para trás.

Apoie-se nas mãos sobre o banco atrás de você e deixe o meio das costas apoiar-se no tampo do banco.

Se a pressão (stress) for muito grande, levante-se para a posição de descanso descrita acima. Depois tente voltar para o banco novamente. Desde que a tensão é uma expressão de medo, você vai achar o exercício mais fácil à medida que se familiarizar com ele.

Se puder, deixe os braços irem por cima da cabeça até tocarem a cama atrás de você.

Fique nesta posição cerca de um minuto, respirando e sentindo seu corpo. Volte para a posição de descanso e permaneça por trinta segundos.

Quando você sair do banco, dobre-se para a frente como no exercício básico de vibração e deixe suas pernas vibrarem um pouco.

Exercício 85 / Alongamento da região lombar das costas

No começo a maioria das pessoas acha este exercício muito extenuante.

Com a prática, ele vai se tornando um pouco mais fácil. Nós o usamos regularmente nas sessões de terapia, para relaxar os músculos da região lombar das costas e para abrir a pelve.

O banco deve estar em frente da cama. Se esta for muito baixa, coloque uma almofada para sobre ela apoiar a cabeça. Fique de pé, dando as costas para o banco, coloque as mãos no tampo e deite sobre ele a parte inferior das costas.

Deite-se sobre o banco, deixando a cabeça repousar sobre a almofada ou cama.

Deixe as mãos soltas, apoiadas nas baquetas do banco, até você se sentir relaxado. Permaneça com os pés completamente apoiados no chão.

Permita-se acompanhar a dor da parte inferior das costas e respire tranqüila e profundamente.

Tente deixar a pelve pendida. Não fique nesta posição mais de um minuto, e levante-se para a posição de descanso quando a dor for muito forte. Sua habilidade para tolerá-la depende do quanto a parte inferior das costas esteja distensionada.

Se você sentiu como se suas costas fossem se quebrar, esta sensação representa um medo intenso.

Quanto mais você relaxar nessa posição mais profunda será sua respiração.

Dobre-se para a frente tal como depois do exercício anterior, para que as vibrações nas pernas ocorram novamente. Você agora poderá ter vibrações fortes através da área pélvica.

Exercício 86 / Alongamento pélvico

Neste exercício, coloque as nádegas no banco e arqueie o corpo para trás. O banco deve estar na frente da cama e sua cabeça apoiada nela. Segure nas baquetas com as duas mãos. Seus pés ficarão fora do chão.

Deixe que os pés fiquem pendurados, fazendo pressão para baixo com os calcanhares.

Permaneça nesta posição por um minuto, respirando tranqüilamente.

Segurando com firmeza nas baquetas, levante os pés no ar e empurre vigorosamente os calcanhares para cima, flexionando os tornozelos. Suas pernas deverão vibrar nitidamente nesta posição.

Para sair do banco, dê um forte impulso, com as pernas para baixo, enquanto segura as baquetas. Este impulso fará com que a parte superior do corpo se levante do banco e com que seus pés atinjam o chão.

Exercício 87 / Espernear, usando o banco

É uma variação do precedente e tem como objetivo levar carga mais forte as pernas enquanto a pelve está estendida.

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Trabalho com o Banco de Bioenergética

Deitar-se sobre o Stool ou banco de bioenergética é uma parte importante do trabalho bioenergético com o corpo. Ajuda a alongar os músculos contraídos das costas o que, de outra forma, é muito difícil de se conseguir. Ajuda a respirar mais profundamente sem se fazer um grande esforço consciente. Se você se deita sobre o banco e consegue relaxar nessa posição tensionante, sua respiração torna-se espontaneamente mais profunda. Você não tem de se esforçar para conseguir isto. Da mesma forma, a própria posição alonga e alivia os músculos tensos da costas. Alem do mais, ajuda a entrar em contato com os conteúdos psicológicos interiores e na expressão de sentimentos e emoções. Ou seja, traz à luz da consciência o material inconsciente para ser vivenciado e analisado.

O banco de bioenergética usado agora é uma adaptação do banco de madeira para cozinha usado originalmente. O banco tem 60 cm de altura e o tampo 15 ou 20 cm. Como em sua versão original, o banco tem pernas abertas e ligadas por cruzetas que dão uma base sólida e larga. Uma baqueta de madeira de 2,5 cm é colocada abaixo do assento e se projeta 12 a 15 cm de comprimento, em ambos os lados. Servem para você se segurar e ajudam no momento de se levantar do banco.

Existem várias formas de trabalhar com o banco. O exercício básico é deitar-se com as costas sobre o banco, ao nível da parte inferior dos omoplatas, na mesma linha dos mamilos. Este nível está perto de onde os brônquios (duto aéreo) se dividem em dois ramos, cada um dirigindo-se para um dos pulmões. É uma área de constrições severas, na maioria das pessoas. Ao deitar-se no banco, a pessoa estica os braços para trás, alcançando com as mãos uma cadeira colocada logo atrás do banco.

Exercício 83 / Deitar-se sobre o banco

Para ficar sobre o banco com facilidade, fique de pé indo com as costas para trás e apoiando as duas mãos no tampo atrás de você. Então, bem devagar, vá baixando suas costas até que elas se apoiem no tampo e deixe os braços soltos. O banco agüentará o seu peso. Agora vá levantando os braços até alcançar a cadeira atrás de você. Dobre os joelhos, mantendo os pés totalmente apoiados no chão.

Fique deitado no banco o quanto for razoável para você, mais não mais de um minuto, da primeira vez. Tente sentir o que vai acontecendo com o seu corpo.

Quando você for levantar, não o faça imediatamente. Levante a cabeça e coloque as mãos cruzadas atrás dela como suporte. Esta é a posição de descanso que permite à respiração profunda continuar sem tensão.

A dor em geral desaparece com a prática, à medida que os músculos das costas relaxarem. Com o tempo, o exercício pode se tornar até prazeroso.

Quando o abdômen está fortemente contraído, o alongamento dos músculos abdominais nesta posição pode ser algo doloroso. Esta dor desaparece quando estes músculos relaxarem com a respiração profunda.

Se você sentiu alguma dor na parte inferior das costas é sinal de uma considerável tensão nesta área.

Se você conseguiu sentir seus pés no chão, você deve ter percebido uma carga ou excitação fluindo para eles, manifestada por um formigamento ou outras parestesias (sensação de alfinetadas) ou formigamento nos braços e face.

Se você teve algum problema para respirar ou se sentiu sua garganta apertada ou com certa sufocação, isto é um sinal de que inconscientemente você está se contendo para não respirar profundamente. Você pode superar este problema, até certo ponto, emitindo um som enquanto expira. A sensação de sufocação pode ser causada também por um bloqueio do impulso de chorar, isto é, de “sufocando”. Se você sente este impulso tente expressá-lo. Uma técnica que pode ajudar nesse momento é pedir ao cliente que respire profundamente procurando forçar a expiração esvaziando completamente o pulmão. Ao mesmo tempo em que exala o ar pede-se-lhe que emita um som “ah” o mais longo e mais alto possível e ao final da expiração “ah, ah, ah” até esvaziar completamente, simulando o som de um choro.

Se você percebe o seu cliente com grande tensão e rigidez no pescoço, você pode trabalhar a musculatura tentando alivia-lo, pressionando e massageando os músculos do pescoço especialmente o esternocleidomastoídeo e o osso hioídeo e seus músculos, bem como a laringe levemente, no sentido da fúrcula esternal até o queixo.

Caso a boca esteja contraída pede-se ao cliente para abri-la o mais que puder e ao mesmo tempo massageia-se e pressiona-se os músculos da face, especialmente os masseteres.

As vezes a necessidade de eliciar o reflexo do vômito, ou da tosse pressionando-se a laringe na fúrcula esternal.

Ao final levante-se para a posição de descanso com as mãos atrás da cabeça e respire tranqüilamente por um pouco de tempo.

Quando você decidir sair do banco (você não deve ficar mais de dois minutos por vez), coloque as mãos sobre o tampo ou nas baquetas e empurre-se para cima até ficar sobre seus pés.

Depois de ter estado no banco em qualquer posição, você deverá inverter a posição de arco, dobrando-se para a frente. Veja Exercício Básico de Vibração e Grounding descrito em Técnicas I.

Você deve notar que em todos os exercícios de bioenergética, o movimento feito numa direção é seguido de outro na direção oposta. Tal procedimento aumenta a flexibilidade do corpo e, por extensão, a flexibilidade da personalidade.

Exercício 84 / Diferentes posições no banco

O banco de bioenergética é usado para alongar e relaxar todos os músculos das costas. No exercício anterior a pressão foi localizada na parte superior das costas. Mas pode ser também dirigida a outras áreas das costas, simplesmente se apoiando mais para cima ou para baixo no banco. Se você se deitar no banco com o tampo no meio das costas, a pressão (stress) afetará os músculos desta área, assim como o diafragma, que tem sua inserção nas vértebras medianas.

O banco pode ser colocado na frente de uma cama para lhe dar maior segurança quando se inclinar para trás.

Apoie-se nas mãos sobre o banco atrás de você e deixe o meio das costas apoiar-se no tampo do banco.

Se a pressão (stress) for muito grande, levante-se para a posição de descanso descrita acima. Depois tente voltar para o banco novamente. Desde que a tensão é uma expressão de medo, você vai achar o exercício mais fácil à medida que se familiarizar com ele.

Se puder, deixe os braços irem por cima da cabeça até tocarem a cama atrás de você.

Fique nesta posição cerca de um minuto, respirando e sentindo seu corpo. Volte para a posição de descanso e permaneça por trinta segundos.

Quando você sair do banco, dobre-se para a frente como no exercício básico de vibração e deixe suas pernas vibrarem um pouco.

Exercício 85 / Alongamento da região lombar das costas

No começo a maioria das pessoas acha este exercício muito extenuante.

Com a prática, ele vai se tornando um pouco mais fácil. Nós o usamos regularmente nas sessões de terapia, para relaxar os músculos da região lombar das costas e para abrir a pelve.

O banco deve estar em frente da cama. Se esta for muito baixa, coloque uma almofada para sobre ela apoiar a cabeça. Fique de pé, dando as costas para o banco, coloque as mãos no tampo e deite sobre ele a parte inferior das costas.

Deite-se sobre o banco, deixando a cabeça repousar sobre a almofada ou cama.

Deixe as mãos soltas, apoiadas nas baquetas do banco, até você se sentir relaxado. Permaneça com os pés completamente apoiados no chão.

Permita-se acompanhar a dor da parte inferior das costas e respire tranqüila e profundamente.

Tente deixar a pelve pendida. Não fique nesta posição mais de um minuto, e levante-se para a posição de descanso quando a dor for muito forte. Sua habilidade para tolerá-la depende do quanto a parte inferior das costas esteja distensionada.

Se você sentiu como se suas costas fossem se quebrar, esta sensação representa um medo intenso.

Quanto mais você relaxar nessa posição mais profunda será sua respiração.

Dobre-se para a frente tal como depois do exercício anterior, para que as vibrações nas pernas ocorram novamente. Você agora poderá ter vibrações fortes através da área pélvica.

Exercício 86 / Alongamento pélvico

Neste exercício, coloque as nádegas no banco e arqueie o corpo para trás. O banco deve estar na frente da cama e sua cabeça apoiada nela. Segure nas baquetas com as duas mãos. Seus pés ficarão fora do chão.

Deixe que os pés fiquem pendurados, fazendo pressão para baixo com os calcanhares.

Permaneça nesta posição por um minuto, respirando tranqüilamente.

Segurando com firmeza nas baquetas, levante os pés no ar e empurre vigorosamente os calcanhares para cima, flexionando os tornozelos. Suas pernas deverão vibrar nitidamente nesta posição.

Para sair do banco, dê um forte impulso, com as pernas para baixo, enquanto segura as baquetas. Este impulso fará com que a parte superior do corpo se levante do banco e com que seus pés atinjam o chão.

Exercício 87 / Espernear, usando o banco

É uma variação do precedente e tem como objetivo levar carga mais forte as pernas enquanto a pelve está estendida. É feito na mesma posição do exercício anterior, quando você se deitou no banco sobre as nádegas.

Segure nas baquetas do banco, traga um joelho para cima e esperneie forte à frente com o calcanhar. Tente direcionar o movimento para baixo.

Terminando chute com uma perna, traga o outro joelho para cima, para o próximo chute.

Agora esperneie alternadamente com cada perna, usando certa força.

É conveniente que em seguida a este exercício você se dobre à frente para o pé contatar o chão e as pernas vibrarem.

Exercício 88 / Pressão (“pressure”) no peito

Neste exercício, a pressão (pressure) é colocada no peito, mobilizando desta forma esta área e facilitando a respiração.

Coloque o banco num lugar aberto e deite-se sobre ele com o peito em cima do tampo.

Deixe a cabeça cair à frente e os braços pendentes.

Exercício 89 / Balanço ou báscula da pelve

Deite-se no banco, com o tampo em contato com a parte superior das costas.


Estique as duas mãos para trás até alcançar o espaldar de uma cadeira colocada atrás do banco. Deve ser uma cadeira pesada.

Mantenha seus pés totalmente apoiados no chão enquanto faz o exercício. Muitas pessoas levantam os pés do chão e assim perdem o contato com o mesmo.

Ao mesmo tempo, tente continuar se segurando na cadeira. Assim estará ancorado em ambos os extremos.

Faça a báscula da pelve para cima e para baixo, ritmicamente. Movimentar-se ritmicamente é importante neste exercício. Comece devagar, e então vá se movimentando mais rápido à medida que seu corpo for se soltando.

Tente manter a respiração coordenada aos movimentos pélvicos.

Se você sentiu alguma dor ou imobilidade na parte inferior das costas, isso inibe o balanço natural.

O elemento importante neste exercício é manter-se ancorado pela pressão da cadeira e com os pés no chão. Se os dois extremos do arco do seu corpo estão ancorados em segurança, o movimento estará correto. Não é fácil fazer corretamente este exercício. O movimento oscilatório pélvico natural está inibido na maioria das pessoas, e sua tendência é segurar a pelve para cima, em vez de deixa-la balançar. Outra tendência é de retesar as nádegas, o que bloqueia todas as sensações sexuais. Quando você trabalhar com este exercício, tente deixar as nádegas descontraídas.

Depois deste exercício, dobre-se para a frente, na posição de grounding, deixando as vibrações se desenvolverem nas pernas.

Exercício 94 / Vibração pélvica

Faça este exercício em frente do banco de bioenergética, de uma cadeira ou mesa ou de costas para uma parede. A razão disto é que o coloca numa posição na qual fortes vibrações serão induzidas nas pernas, podendo-se estender à pelve.

Fique de pé dando as costas para o banco; pés apontados retos para a frente e separados cerca de 15 cm.

Coloque um colchão ou almofada no chão em frente dos seus joelhos no caso de se deixar cair.

Coloque suas mãos para trás, tocando o banco, a mesa ou a parede de leve para manter o equilíbrio. Você não deve por peso nas mãos.

Dobre os dois joelhos e incline-se um pouco à frente de modo que os calcanhares deixem de tocar o chão. O peso do corpo deve ficar sobre o peito dos pés.

Equilibre-se nesta posição, tocando com as mãos o banco, mesa ou parede, e arqueie o corpo para trás; também coloque a pelve para trás, mas sem quebrar o arco.

Fique nesta posição respirando profundamente até que suas pernas comecem a vibrar.

Quando suas pernas estiverem vibrando, movimente a pelve com delicadeza para frente e para trás. O movimento deve partir da pernas e pés. As vibrações devem começar na pelve e você deverá experimentar um balanço pélvico espontâneo.

Se nessa posição as coxas começarem a doer, deixe-se cair de joelhos. Levante-se depois, ande pela sala, e repita a manobra.

Se os seus joelhos tremeram de uma lado para outro em vez de vibrarem para baixo e para cima, este tremor lateral nas pernas é uma expressão de medo.

Estes exercícios podem ajudá-lo a aumentar a carga sexual na pelve. Essa carga é indicada pelo desenvolvimento de movimentos pélvicos espontâneos. Entretanto, se você não puder conter a carga, a pelve vai responder bem rapidamente.

Prender a pelve para trás em qualquer destes exercícios permite que a carga aumente com maior intensidade antes dos movimentos involuntários de descarga acontecerem.

Adaptado do livro Exercícios de Bioenergética, A Lowen e L. Lowen

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Tocar

Marco Aurelio Ornellas

Sensibilidade…

Massagem é sensibilidade, o terapeuta, muito mais do que fazer uso da técnica aprendida deve ter muita sensibilidade, aproveitar o momento da massagem para apurar – desenvolver – a sua sensibilidade. O contato, a conexão com o paciente é primordial. Não adianta o terapeuta ser conhecedor das mais variadas técnicas se ele não observar antes de tocar.

O paciente deve ser observado não somente ao se deitar mas desde o momento em que se apresenta ao terapeuta; seu movimento ao caminhar, se movimentar, se despir, como respira… O terapeuta não deveria ir logo tocando ou “dando ordens” ao paciente para ficar nesta ou naquela posição antes de observá-lo por alguns instantes: sua posição, sua respiração, sua musculatura, tudo isso é de extrema importância. Só depois pedir ao paciente que respire um pouco mais profundamente e respirar com ele – se conectar.

Conexão…

A conexão entre o terapeuta e o paciente precisa estar muito bem estabelecida para se desenvolver um bom trabalho, para perceber “aonde dói” e como tratar. O terapeuta antes de realizar a sua técnica de manipulação aprendida deve saber “como tocar”, sentir antes o calor nas mãos – calor é energia.

Sentir…

Sentir o outro, você tem que literalmente sentir como o paciente está, independente do que ele diga, das suas queixas. Não digo que seu discurso deva ser descartado mas sim que muitas vezes vem mascarado (protegido) da realidade, ele muitas vezes não sabe exatamente o que sente, ele não está conectado consigo mesmo e você precisa dar isso a ele. Para isso a quietude, a respiração, o toque.

Trabalhe com o coração…

Trabalhando com o coração o terapeuta se aproxima do paciente numa relação humana de duas vias, estabelecendo uma ética de respeito àquele momento que está dedicado ao processo de crescimento e mudança do paciente.

Tocar é um modo natural de estar em contato. É dever do terapeuta demonstrar que não há motivo de medo de estar em contato com o toque.

A técnica pode variar, ganhar ares de sofisticação, nomes difíceis, mas na prática é até bem simples. É só fechar os olhos e sentir pele com pele, energia com energia, respiração com respiração, na que é a mais antiga das terapias: O toque.

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Tipos de intervenção verbal do terapeuta

Hector J. Fiorini

Uma teoria das técnicas de psicoterapia requer uma conceituação de seus instrumentos, que está intimamente ligada a urna concepção do processo terapêutico. As intervenções dos terapeutas são instrumentos essenciais desse processo. Assim sendo, é importante deter-se na discussão teórica dos fundamentos e alcances de cada um destes recursos técnicos. Ë importante, sobretudo, clarificar o sentido do emprego de cada uma destas intervenções e seu valor como agente de modificação. Para esta compreensão concorrem valiosamente toda a vasta experiência clínica acumulada no campo das psicoterapias, certas contribuições teóricas e técnicas da psicanálise, a teoria e as técnicas centralizadas na comunicação, teorias da aprendizagem e conceitos provenientes da psiquiatria social e da teoria das ideologias.

Um inventário de intervenções verbais do terapeuta que são ferramentas nas psicoterapias inclui necessariamente as seguintes:

  1. Interrogar o paciente, pedir-lhe dados precisos, ampliações e aclarações do relato. Explorar em detalhe suas respostas.
  2. Proporcionar informação.
  3. Confirmar ou retificar os conceitos do paciente sobre sua situação.
  4. Clarificar, reformular o relato do paciente, de modo a que certos conteúdos e relações do mesmo adquiram maior relevo.
  5. 5 – Recapitular, resumir pontos essenciais surgidos no processo exploratório de cada sessão e do conjunto do tratamento.
  6. Assinalar relações entre dados, sequências, constelações significativas, capacidades manifestas e latentes do paciente.
  7. Interpretar o significado dos comportamentos, motivações e finalidades latentes, em particular os conflituosos.
  8. Sugerir atitudes determinadas, mudanças a título de experiência.
  9. Indicar especificamente a realização de certos comportamentos com caráter de prescrição (intervenções diretivas).
  10. Dar enquadramento à tarefa.
  11. Meta-intervenções: comentar ou aclarar o significado de haver recorrido a qualquer das intervenções anteriores.
  12. Outras intervenções (cumprimentar, anunciar interrupções, variações ocasionais nos horários etc.).

Pelo fato de muitas destas intervenções se acharem historicamente ligadas ao desenvolvimento da técnica psicanalítica e de que esta aparece como a técnica psicoterapêutica com maior respaldo teórico de base, torna-se importante para uma teoria geral das técnicas de psicoterapia deslindar as condições de uma utilização técnica diferente destas intervenções, isto é, compará-las com o sentido de sua utilização tradicional na psicanálise. Acho que isto pode contribuir para que se evitem extrapolações indevidas de uma técnica para as outras, permitindo-se a estas últimas que construam suas próprias leis.

1  – Interrogar

É um dos recursos essenciais ao longo de todo o processo terapêutico, não apenas em seu início. Em psicoterapia, perguntar é continuamente consultar a consciência do paciente; é também sondar as limitações e distorções dessa consciência; é, ainda, transmitir um “estilo interrogativo”, um modo de se colocar frente aos fenômenos humanos com atitude investigadora. Revela também um terapeuta não onipotente; isto é básico: na formulação de perguntas ao paciente e no emprego dos dados por ele fornecidos, está contido um vínculo com papéis cujo desnível é atenuado, embora se tratem de papéis diferentes.

Ao pedir detalhes precisos sobre cada situação pode-se transmitir, além do mais, um respeito do terapeuta pelo caráter estritamente singular da experiência do paciente, isto é, uma atitude não esquemática, que não sofre a tentação das generalizações fáceis. Ë também unia maneira de indagar sobre a perspectiva em que o paciente coloca sua situação: cada resposta às perguntas do terapeuta contém elementos (de conteúdo e forma) reveladores de um mundovisão pessoal, completamente singular, da situação.

Estas influências do perguntar nas psicoterapias merecem ser destacadas, numa cultura profissional como a nossa, influenciada marcadamente pela prática técnica da psicanálise, já que nesta última nem sempre é tão decisivo pedir detalhes sobre as situações reais a que se alude em sessão, visto que freqüentemente se procura construir um modelo de fantasia inconsciente vincular latente a partir dos conteúdos manifestos do relato. Neste caso, para abstrair o vínculo objetal contido no relato, muitos detalhes podem ser tomados como acréscimos irrelevantes do manifesto. Nas psicoterapias, pelo contrário, é necessário trabalhar muito mais sobre as situações de realidade do paciente, indagar a complexidade psicológica das mesmas, enredada precisamente em muitos detalhes e matizes reais da situação. Um exemplo: se na psicanálise um paciente começa a falar, em sessão, das brigas que tem com o pai por causa do negócio em que ambos são sócios, negócio que o pai tende a conduzir autoritariamente, é provável que estes elementos bastem para que se comece a pensar na problemática da dependência na transferência. Na psicoterapia dinâmica, por exemplo, importará averiguar muitos dados de realidade. Como foi que os dois se associaram, de quem foi a iniciativa, se houve acordos prévios sobre a direção da empresa em comum, que perspectivas tem o paciente sobre seu futuro econômico, a atividade se ajusta a seus interesses vocacionais, como encara sua esposa esta sociedade etc.? Cada um destes detalhes fornecerá elementos para enriquecer hipóteses que aspirem a dar conta de uma situação (mundo interno-mundo interpessoal em suas ações recíprocas) com seus complexos e variados matizes.

FRAGMENTO DE UMA SESSÃO DE PSICOTERAPIA

T: ‘Que valor teve para o senhor o fato de ela lhe telefonar antes da viagem?”
P: ‘Um valor duvidoso, porque ela lhe telefonou quando já não nos podíamos encontrar. De qualquer modo, gostei, não é?”
T: “Como foi que o senhor lhe transmitiu seu interesse por ela?”
P: “Eu lhe disse: ‘Que azar você não me ter encontrado ontem! Poderíamos ter marcado um encontro’.”
T: “Para o senhor, isso dela, já que foi dito assim tão em cima da hora de partir, não expressava um compromisso profundo?”
P: “Claro, acho que para um compromisso maior não se espera dois meses para o momento de se despedir. Essas coisas me dão raiva.”
T: “Segundo o senhor havia comentado, ela em geral não é de expressar seu interesse pelos demais; espera que se interessem por ela. Sendo assim, o fato de ela lhe telefonar não tinha um valor especial?”
P: “Sim, encarado do ponto de vista de como ela é em geral, pode-se dizer que me estava dando uma bola bárbara, mas acontece que para o meu gosto o modo de agir tem que ser diferente, nada de rodeios.”
T: “Que lhe disse o senhor ao se despedir? Como deixou colocada a coisa?”
P: “Disse para ela: ‘Olhe, gostei de me ter telefonado, mas espero que quando voltar não esteja tão ocupada, ouviu? Tchau.”

Como se pode ver, estas respostas revelam um estilo, o funcionamento egóico do paciente para avaliar a situação inter-pessoal, suas exigências dentro de uma ótica narcisista, a contribuição do paciente com suas mensagens para uma situação evitativa, embora arriscando algumas demonstrações do interesse pessoal pela outra pessoa. Perguntar aqui, e em detalhe, permite então que se obtenha grande quantidade de informação, de níveis mais amplos que os de uma mera ampliação “de detalhe” do conteúdo manifesto de um relato. As experiências sobre a utilidade de uma indagação minuciosa são abundantes. Assim sendo, é possível que “perguntar muito” seja uma das primeiras regras de uma técnica psicoterapêutica eficiente.

Uma variedade particular de exploração, sumamente rica, é a que se apóia em intervenções dramatizadoras do terapeuta:

— “Imagine por um momento este diálogo: ao contrário do que a senhora acreditava, ele se decide casar, chega e lhe diz de supetão: ‘Me decidi: vamos casar no fim do ano!’ Que resposta a senhora lhe dá?”

—  “Vejamos: vem seu pai e lhe diz: ‘Não vou te dar agora o dinheiro que te cabe, porque preciso dele para um negócio urgente’. Como o senhor lhe responderia para que ele confirme, uma vez mais, que não tem por que pedir-lhe permissão para usar seu dinheiro?’’

Simplesmente perguntando, dramatizando ou não, o terapeuta põe em ação vários estímulos de mudança: um, primordial, é que exercita com o paciente uma constante ampliação do campo perceptivo (reforçamento de uma das funções egóicas básicas); e mais: toda explicitação verbal recupera fatos, relações, que se achavam no mundo do implícito emocional. Liberman destacou, além disso, o papel reforçador do ego que está contido na experiência de ouvir-se falar. Todo estímulo para a explicitação visa a romper as limitações e o encobrimento presentes no uso cotidiano da linguagem convencional. Por exemplo: Que quer dizer: “fui apresentado a ele, e ele se mostrou trio no trato”? Em que consiste a “frieza” dos outros para cada uni? Supõe-se uma observação não participante neste discurso, porque qual foi o “calor” com que, em compensação, contribuiu o sujeito? Na psicoterapia, é essencial passar dos dados iniciais da experiência subjetiva à análise minuciosa das situações. Toda situação levanta numerosas questões. Talvez algo importante para o terapeuta seja compreender que não se trata de indagar para só depois operar terapeuticamente, mas sim que a própria indagação já contém estímulos terapêuticos de particular importância.

2 – Informar

O terapeuta é não apenas um investigador do comportamento, mas também o veículo de uma cultura humanista e psicológica. Sob este aspecto, o terapeuta cumpre uma função cultural: é docente, dentro de uma perspectiva mais profunda e abrangente de certos fatos humanos. Esta perspectiva é também alimentada com informação, já que o déficit de informação é um componente às vezes tão importante para a obscuridade e a falsa consciência de uma situação como os escotomas criados pelos mecanismos repressivos individuais.

Nas psicoterapias é altamente pertinente aclarar para o paciente elementos de higiene sexual, perspectivas da cultura adolescente atual, ou a problemática social da mulher. Também, explicar-lhe (pode ser útil, inclusive, servir-se de esquemas) certos aspectos da dinâmica dos conflitos. Esta informação pode ampliar-se pela recomendação de leituras. A experiência mostra que a mensagem que o paciente retira dessas leituras, sua experiência global frente à “bibliografia”, é sumamente rica para esclarecer conflitos de toda índole (conflitos com o tema, com o saber, com o autor, com o terapeuta). Proporcionar ou facilitar esta informação geral que enquadra a problemática do paciente desempenha um papel terapêutico especifico: cria uma perspectiva dentro da qual os problemas do paciente, com toda a sua singularidade, deixam de ser vistos como algo estritamente individual que “só a ele” acontece. A falta deste quadro de referência cultural favorece, inversamente, a sensação de ser o único com tais problemas, isto é, uma perspectiva ditada pelo superego (acusador, às vezes, também, a partir de seu complementar ideal do ego narcisista onipotente). Ao entrevistar famílias, por exemplo, verifiquei que é importante incluir referências sobre as dificuldades gerais que a família, enquanto instituição, enfrenta socialmente. Encaradas dentro desse quadro de referência, todas as dificuldades particulares do grupo tornam-se logo passíveis de abordagem, sem o clima persecutório que é criado torçosamente pelo fato de alguém ficar meramente ocupado vendo “o que acontece com este grupo que vai mal” (com a suposição tácita de que todas as demais famílias funcionam bem, donde se conclui que os problemas desta decorrerão exclusivamente dos defeitos de seus indivíduos).

Naturalmente, esta informação vem a ser sumamente relevante se a entendermos, também, como portadora de um questionamento social das dificuldades criadas para indivíduos e grupos inseridos no conjunto do sistema. Ou seja, não simplesmente saber “que outros também têm dificuldades”, mas esboçar uma interpretação de que contradições existentes entre exigências e possibilidades dos grupos humanos são mobilizadas pelas contradições da estrutura social vigente. Tratar a problemática psicológica sem esta perspectiva crítica é criar a ilusão de que a enfermidade é assunto estritamente pessoal do paciente, de seus dinamismos intrapsíquicos e, no máximo, dos de seus pais. Não informar, em tais circunstâncias (omissão técnica), constitui de fato um falseamento da ótica psicossocial necessária para compreender os dinamismos psicológicos individuais e grupais (distorção ideológica),

3 – Confirmar ou retificar enunciados do paciente

Este tipo de intervenções é inerente ao exercício de um papel ativo do terapeuta nas psicoterapias. A retificação permite ressaltar os escotomas do discurso, as limitações do campo da consciência e o papel das defesas desse estreitamento. Estas Intervenções contribuem para enriquecer esse campo. É sumamente proveitoso observar em detalhe como o paciente manipula a contribuição retificadora do terapeuta (assumindo-a e usando-a, aceitando-a formalmente, ou negando-a e retornando a sua perspectiva anterior). A confirmação pelo terapeuta de uma determinada maneira de compreender-se do paciente não é, certamente, um acontecimento de pouca importância. Contribui para consolidar nele uma confiança em seus próprios recursos egóicos; isto significa que toda ocasião em que o terapeuta possa estar de acordo com a interpretação do paciente é oportuna para estimular seu potencial de crescimento. Em pedagogia, estas intervenções se destacam como essenciais para um princípio geral da aprendizagem: o reforço de desempenhos positivos.

A capacidade de o terapeuta atuar flexivelmente com retificações e confirmações dos enunciados do paciente é fundamental para criar um clima de equanimidade, próprio de uma relação “madura”. A falta desse clima de equanimidade parece refletir-se na queixa de muitos pacientes de que a sessão só serve para apontar seus defeitos e erros. Nestes casos, creio, que se assiste a uma ligação transferencial-contratransferencial muito particular: o paciente, acossado por suas auto-agressões superegóicas, encontra no terapeuta intervenções predominantemente retificadoras, acentuadoras do seu lado “enfermo”, que encarnam o superego projetado, materializam-no. Com este papel contratransferencial assumido, fecha-se uma estrutura de vínculo infantil de dependência, tendente à inércia e não ao crescimento.

RETIFICAÇÕES

— “A senhora destaca como seu marido estava mal-humorado, que se mostrou pouco receptivo para o que a senhora lhe queria transmitir; mas não menciona como a senhora se encontrava nesses momentos, como se aproximou dele, transmitindo o quê, e bem como se encontrava antes, no momento de sair.”

— “Veja, não creio que somente tivesse sentido medo de se aproximar e medo de que a relação amorosa não fosse sair tio perfeita como da vez anterior: porque havia dados demonstrativos de que os dois continuavam bastante ligados. Acho que sentia medo também de fr tio rápido, em três dias, de tanta entrega de um para com o outro.”

— “O senhor parte da idéia b6sica de que uma conquista, como foi esta promoção, tem que deixá-lo muito contente, porque era o que o senhor desejava; não resta dúvida, mas, por outro lado, essa conquista significa mudanças, deixar o que já tinha como próprio; indica também que o tempo passa e que o senhor já não 6 mais uma criança.”

CONFIRMAÇÕES

— “A senhora pensou que algo no seu comportamento desse dia havia influído para que ele se fechasse; e 6 muito provável, porque quase sempre as situações de incomunicação no casal se criam, sutilmente, pela ação recíproca de ambos. Parece-me importante que a senhora tenha podido detectar também o seu lado do problema, porque, alertada para esta possibilidade, talvez consiga ir observando com maior sutileza como é que os dois procedem para criar estes poços de incomunicação.”

— “Acho que a senhora também percebeu que lhe dava medo continuar a ‘envolver-se’ quando disse a ele que também tinha muita vontade de vê-lo logo, depois desligou o telefone, sentiu uma aflição no estômago e reparou que estava tensa. Acho que vai se conhecendo melhor nesse medo que não julgava ter quanto às relações de casal.”

— “Sim, certamente, além de deixá-lo feliz, esta mudança contribuiu para os sentimentos de pesar que o invadiram na mesma hora em que recebeu a notícia. Estou de acordo com o senhor: até o fato de ganhar uma fortuna pode obrigar à perda de certas coisas e trazer com isso, paradoxalmente, uma certa tristeza.”

A resposta do paciente a estas confirmações é também rica em sugestões: é um índice do nível em que se registra o acordo, ou mais maduro (aceitação do próprio potencial de avaliação realista de suas circunstâncias), ou mais infantil (confirmação de sentimentos de onipotência, ou, inversamente, negação da evidência de suas capacidades e refúgio nas do terapeuta). O trabalho em cima de tais respostas é, por isso, ocasião de elaborações imediatas sumamente produtivas.

4 – Clarificações

Estas intervenções visam a conseguir desembaraçar o relato emaranhado do paciente a fim de recortar os elementos significativos do mesmo. Freqüentemente essa clarificação vem por meio de uma reformulação sintética do relato. Depois de ouvir por vários minutos, o terapeuta diz:

— “Então o senhor trabalhava confiante em que tudo ia bem, até que esta pessoa lhe fez uma critica, e dai pra frente o senhor começou a duvidar de tudo o que fez, e esta dúvida serviu de fato para alterar o seu rendimento subseqüente.”

— “Nestes dias todos, durante a viagem, havia um clima de paz; de repente, sem que o senhor saiba como, todo esse clima se desfez e voltaram a surgir desconfianças e censuras.”

— “O senhor fala agora não apenas de um problema afetivo dentro da relação de casal, mas de uma dúvida sua, mais geral, sobre o que o senhor pode dar de si também em outros planos, com seus amigos, no trabalho.”

Estas intervenções vão preparando o campo para uma penetração nos aspectos psicologicamente mais ricos e compreensivas, o que se fará por meio de assinalamentos e interpretações. Ao mesmo tempo, “ensinam” um modo de perceber a própria experiência: o paciente aprende com elas a observar seletivamente, a percorrer a massa dos acontecimentos e de suas vivências e a fixar pontos marcantes, incorporando, assim, um método que faz chegar à autocompreensão pela discriminação. Em pacientes com funções egóicas enfraquecidas, concomitantemente afetadas por uma delimitação precária do ego (ou seja, tendências ao sincretismo e à confusão), as clarificações desempenham, durante grande parte do processo terapêutico, o papel de instrumentos primordiais, na medida em que assentam as premissas para que em algum momento outras intervenções, de tipo interpretativo, por exemplo, possam ser ativamente elaboradas.

5 – Recapitulações

A certa altura da sessão, o terapeuta diz:

— “Hoje, então, surge em primeiro lugar a circunstância de como o senhor sempre sofreu, passivamente, o domínio de sua mãe, não se animou a explodir nunca, e isso deixou também no senhor um ressentimento enorme consigo mesmo. Depois aprece esse seu modo de estar alerta frente a qualquer propósito de dominação por parte de sua esposa. algo que o torna muito suscetível. E agora isto de o senhor não se 4edicar a si próprio, não se cuidar, não se interessar por sua roupa, nem reclamar o cargo que lhe cabe, como se se odiasse. Preste atenção nestes três elementos que aparecem hoje porque deve haver entre eles muitas ligações que abarcam sua família, seu casamento e seu trabalho.”

A certa altura do tratamento, o terapeuta diz:

— “Nos últimos três meses o senhor se havia concentrado no problema que vinha tendo com os estudos. Enquanto isso, a situação sentimental ficava relegada a um segundo plano, como para não remoer tanta coisa ao mesmo tempo.”

— “Agora, aclarado o problema vocacional, ‘está na vez’ dos sentimentos e o senhor nestes últimos dias não faz outra coisa senão pensar na sua situação sentimental — e o faz com ênfase excessiva, provocada pela espera.”

E em outro tratamento:

— “Até agora, a maior parte do esforço que a senhora fez no tratamento foi para começar a diferenciar quem era a senhora e quem era a sua família (mamãe, papai, irmão) e dar-se conta de que não eram uma só pessoa, nem um corpo único. Só agora entra no trabalho de começar a ver, a descobrir o que a senhora pode fazer consigo mesma, o que pode sair da senhora que não venha deles, e sente-se confusa porque está muito no início desta etapa.”

Tal como as clarificações, estas intervenções estimulam o desenvolvimento de uma capacidade de síntese. Em nosso meio, por uma questão de simples hipertrofia do trabalho “analítico”, muitos terapeutas são levados a descuidar do momento sintético, tão essencial como aquele e complementar do mesmo. Sempre que não sofra distorções, como quando a tomam por indutora de fechamentos estáticos, esta atividade de síntese é fundamental no processo terapêutico para produzir recortes e “fechamentos” provisórios (como os degraus de uma escada rolante). Sem se firmar em contínuas sínteses provisórias, o processo de pensamento não avança. Permanece estancado, sem trampolins, em uma zona difusa e ilimitada de fragmentação “analítica”, em segmentos cada vez menores. Sartre mostrou que a dialética do conhecimento opera por meio de um movimento contínuo de totalização-destotalização-retotalizações, movimentos através do qual se visa a uma “autodefinição sintética progressiva”. As recapitulações, corno as interpretaçôes panorárnicas (diferenciadas das microscópicas), são instrumentos essenciais desse processo.

Em um paciente com difusão da identidade (limites imprecisos do ego) e enfraquecimento egóico numa etapa de crise, o método de recapitulações contínuas (ao final de cada sessão e em períodos de três ou quatro sessões) foi considerado altamente proveitoso. Surgiu por proposta do paciente, depois de haver notado que só conseguia pensar a partir dessas recapitulações. No meu entender, estas intervenções ofereciam um suporte provisório no qual se apoiavam, para exercitar-se, seus recursos egóicos (percepção, reflexão, descobrimento de relações).

6 – Assinalamentos

Estas intervenções, de uso constante nas psicoterapias, atuam estimulando no paciente o desenvolvimento, de uma nova maneira de perceber a própria experiência. Recortam os elos de uma seqüência (“primeiramente a senhora recebeu essa notícia e, em seguida, sem saber por que, começou a se sentir deprimida”), chamam a atenção sobre componentes significativos dessa experiência habitualmente passados por alto (“observe em que momento o senhor decidiu telefonar para ela: justamente quando já não tinham tempo para se encontrar”), mostram relações peculiares (“já aconteceu várias vezes surgir aqui o tema de suas relações sexuais e o senhor me diz que se faz um branco em sua mente e que já não 6 capaz de recordar mais nada”). Estes assinalamentos convidam a um acordo básico sobre os dados a interpretar, criam oportunidades de modificar esses dados, são o trabalho preliminar que assenta as bases para interpretar o sentido desses comportamentos. Nas psicoterapias, talvez se constitua em uma regra técnica geral a conveniência de assinalar sempre, apites de interpretar. O fundamento desta regra está em que o assinalamento estimula o paciente a se interpretar a si próprio com base nos elementos recortados, é um apelo à sua capacidade de autocompreensão. É sumamente útil que esta capacidade seja ensaiada insistentemente (treinamento reforçador do ego) e cm particular com o terapeuta, que pode então ir guiando o desenvolvimento destas capacidades no ato mesmo de seu exercício. Dado o caráter docente da relação de aprendizagem que é a psicoterapia, é melhor que a tarefa possa ser desenvolvida pelo “aluno” sozinho, com poucas indicações; também porque muitas vezes o docente aprende com seu aluno.

— “O senhor chega, encontra-a distante, de mau humor, o senhor se mostra carinhoso, quer o carinho dela. Daí a pouco o mau humor passa. ela se aproxima e então o senhor a ataca. Que lhe parece este vaivem, como o senhor o interpretaria?”

— “Começou falando de seu fracasso de ontem na assembléia. De repente, cortou o que estava dizendo para lembrar-se de que obteve a nota mais alta de sua comissão. Como encara esta mudança de tema?”

Nas respostas do paciente a cada um destes assinalamentos revelam-se com grande nitidez sua capacidade de insight (aproximação ou distanciamento de seus dinamismos psicológicos), seus recursos intelectuais (aptidão para abstrair e estabelecer relações versus adesão a um pensamento concreto), o papel dos mecanismos defensivos (inibições, negações, racionalizações) e a situação transferêncial (cooperação, perseguição etc.). Cada assinalamento se transforma em um verdadeiro teste global do momento que o paciente está atravessando no processo terapêutico.

7 – Interpretações

Especialmente nas psicoterapias de esclarecimento, a interpretação é um instrumento primordial como agente de modificação: introduz uma racionalidade possível onde até então havia dados soltos, desconexos, ilógicos ou contraditórios para a lógica habitual. Propõe um modelo para a compreensão de seqüências de fatos na intervenção humana. É freqüente induzir também a passagem do nível dos fatos para o das significações e para a manipulação singular que o sujeito faz dessas significações. Procura descobrir com o paciente o mundo de suas motivações e seus sistemas internos de transformação das mesmas (“mecanismos internos” do indivíduo), assim como suas modalidades de expressão e os sistemas de interação que se estabelecem, dadas certas peculiaridades de suas mensagens (“mecanismos grupais”).

É importante recordar que toda interpretação é, do ponto de vista metodológico, uma hipótese. Sua verificação se cumpre, por conseguinte, como um processo sempre aberto e jamais terminável, com base no acúmulo de dados que sejam compatíveis com o modelo teórico contido na hipótese e, fundamentalmente, pela ausência, com o correr do processo investigador instaurado na terapia, de dados que possam refutar aquela hipótese. Era princípio, nenhuma hipótese (até as interpretações mais básicas sobre a problemática individual de um paciente) é suscetível de verificação definitiva que a dê como assentada na condição de saber acabado. Como empreendimento que visa ao conhecimento, nenhuma psicoterapia possui maiores garantias de “saber” que as que estabelecem as limitações inerentes ao processo geral do conhecimento humano. Esta consciência das limitações cognitivas da interpretação pode expressar-se de muitas maneiras na atitude do terapeuta, na construção da interpretação, no seu modo de emiti-la, maneiras que terão em comum o sinal de certa humildade, O tom de voz, a ênfase dada, as atitudes gestuais e posturais, se prestam para transmitir essa humildade que resulta da consciência de suas limitações, ou então o oposto: o desempenho de um papel de autoridade que emite “verdades” sem jaça. Neste último caso, o que se estará propondo e utilizando é toda uma concepção estática do conhecimento, estimulando-se uma relação terapêutica de dependência infantil (adulto que sabe-criança que ignora), com o que a distorção do processo terapêutico é total. Em uma psicoterapia, é essencial que o conhecimento seja vivido como uma práxis, isto é, como a tarefa a ser realizada entre duas ou mais pessoas que chegaram a um acordo numa relação de trabalho.

O caráter hipotético da interpretação sobressai também na construção de seu discurso. Formulações que destaquem seu caráter condicional (“É provável que, “Temos que ver, como uma possibilidade, se, “Uma idéia, para nos munirmos de mais dados e verificar se é assim, seria que, “Uma visão possível do problema consiste em pensar que) sublinham nitidamente aquele caráter. Sua ausência tende visivelmente a obscurecê-lo.

As interpretações em psicoterapia devem cobrir um amplo espectro:

A. Proporcionar hipóteses sobre conflitos atuais na vida do paciente, isto é, sobre motivações e defesas.

“Neste momento sua paralisia em relação ao estudo expressa possivelmente um duplo problema: não pode abandoná-lo porque o título é importante para o senhor e para a sua família; ao mesmo tempo, evita dar qualquer novo passo porque isto significaria efetivamente diplomar.se e mudar de vida, ter que ir para a frente sozinho.”

BReconstruir determinadas constelações históricas significativas (por exemplo, momentos marcantes na evolução familiar).

“O que parece haver acontecido ~ que, naquele momento, quando seu pai se viu diante da empresa arruinada e se sentiu deprimido, o senhor se achou na obrigação de adiar todos os projetos pessoais e socorrê-lo; mas não registrou isso como uma decisão própria, e sim como imposição dele.”

C. Explicitar situações transferênciais que pesem no processo.

“O senhor tem sofrido pela perda desta amizade, que tanto o afetou. Teve então uma experiência dolorosa do que significa depender muito de outra pessoa. Acho que esta experiência está pesando no senhor, a ponto de torná-lo reticente aqui na sessão, e fazer com que prefira não se entregar muito a mim. Está tomando tam’4m suas precauções para não vir a sofrer por causa de nossa separação daqui a 2 meses, quando passar para o grupo.”

D. Recuperar capacidades do paciente negadas ou não cultivadas.

“O senhor se viu, de repente, ante a obrigação de decidir o que fazer com esse emprego. Seu pai estava ausente e não podia ser consultado, de modo que o senhor pôde, não só decidir, suas dar sua opinião sobre em que condições essa tarefa deveria ser cumprida. Veja só tudo o que o senhor não sabia (não queria crer) que podia fazer por iniciativa própria.”

E. Tomar compreensível a conduta dos outros em função dos novos comportamentos do paciente (ciclos de interação compreensíveis em termos comunicacionais).

“Desta vez seu pai acedeu. Pensemos se não terá sido porque o senhor colocou seu problema de outra maneira, com uma atitude mais firme, talvez mais adulta, que ele o atendeu com um respeito diferente. Com sua atitude, o senhor lhe estava dizendo ‘não vou aceitar que me trate como uma criança, porque já não me sinto uma criança’, e evidentemente ele notou a mudança.”

F. Destacar as conseqüências que decorrerão de o paciente encontrar alternativas capazes de substituir estereótipos pessoais ou grupais.

“Como reagiria seu namorado se a senhora lhe mostrasse que é capaz de resolver um assunto pessoal sem consultá-lo? Continuaria com a mesma atitude dominante? Só vendo…”

Em contraste com a técnica psicanalítica, onde um determinado tipo de interpretação (transferencial) é privilegiado como agente de modificação, nas psicoterapias, uma vez que se trabalha simultânea ou alternativamente com vários níveis e mecanismos de modificação, não existe uma hierarquia para os tipos de interpretação: todos eles são instrumentos igualmente essenciais dentro do processo. Cada paciente e cada momento de seu processo requererão particularmente certo tipo de interpretação; esse será o que melhor se ajuste tecnicamente ao momento dado, mas toda distinção hierárquica que se atribua a algum tipo de interpretação será transitória, conjuntural.

8 – Sugestões

— “Seria interessante ver o que acontece, como seu pai reagiria, se o senhor lhe mostrasse em sua atitude que está realmente disposto a encarar a fundo com ele tudo o que está pendente entre ambos.”
— “‘Talvez o mais necessário para o senhor seria que se organizasse mentalmente, traçasse um quadro com suas prioridades.”
— “Em vez de precipitar-se a tomar uma decisão que sinta como sua de fato, talvez lhe convenha mais deter-se algum tempo em rever o que aconteceu, verificar qual foi o seu papel em tudo isto, e, inclusive, detectar melhor o que está sentindo intimamente.”

Com estas intervenções, o terapeuta propõe ao paciente condutas alternativas, orienta-o para ensaiar experiências originais. Mas o sentido de tais intervenções não é meramente o de promover a ação em direções diferentes, e sim o de proporcionar insights a partir de ângulos novos. Fundamentalmente, contêm um pensamento que antecipa a ação (aspecto relevante dentro do conjunto de funções egóicas a exercitar em todo tratamento), que facilita uma compreensão prévia à ação. A ação ulterior, caso chegue a ser experimentada, poderá dar ocasião a confirmações, reajustamentos ou ampliações do insight prévio. Muito freqüentemente fornecerá novos dados e com eles uma nova problemática a investigar. Com a compreensão destas fases do processo que se inicia por uma sugestão, este tipo de intervenção adquire uma eficácia particularmente interessante.

Um tipo de sugestões (quase-sugestões) se apóia no uso de dramatizações imaginárias de outras alternativas para o comportamento interpessoal:

— “Que teria acontecido se nessa hora a senhora o interrompesse e dissesse: ‘Escute aqui, não me venha com indiretas, o que é que você está querendo me dizer com tudo isto, afinal o que é que você sente por mim?”’

Ou então:

— “E se a senhora telefonasse para ele e dissesse: ‘Tudo o que você me falou ontem me pareceu meio estudado e ficou meio ao ar. Quero isto mais definido’, como acha que ele reagiria?”

Este tipo de intervenções constitui um caminho diferente para o insight sobre as próprias dificuldades, sobre as dificuldades do outro e sobre a dinâmica da comunicação entre ambos. Opera fazendo ressaltar contrastes entre o vivo e o possível, e estes contrastes não são comentados em um discurso de “idéias”, e sim mostrados graças a uma linguagem de ação. Contêm uma compreensão que fica muito próxima tanto do que foi vivido como do que pode vir a sê-lo. Um paciente experimentou assim essa proximidade:

— “Outro dia estava envolvido numa discussão com minha mulher e naquele momento me lembrei de algo que o senhor me havia dito numa sessão passada: ‘E o que aconteceria se, quando ela ficasse violenta, o senhor a freasse?’ Fiz isso na mesma hora.., e não aconteceu nada!”

As sugestões em psicoterapia geralmente (exceto em situações agudas de crise) vêm inserir-se em desenvolvimentos do processo terapêutico com base nos demais tipos de intervenção. São oportunas quando as condições do paciente para assumi-las (redução de ansiedade a níveis toleráveis, fortalecimento egóico) e as do vínculo interpessoal em funcionamento chegaram a um momento de sua evolução que as torne “fecundas”, receptivas para esse tipo de estimulo, O terapeuta deverá detectar, inclusive, um momento dessas condições e do desenvolvimento do vinculo em que “faça falta” uma experiência diferente, nova, para que muito do que foi esclarecido se cristalize em ato. A sugestão recorre, indubitavelmente, com a dramatização, ao papel revelador do ato, à riqueza vivencial do fato, de que muitas vezes carece o discurso reflexivo.

9 – Intervenções diretivas

— “Suspenda toda decisão imediata sobre o problema de seu casamento. O senhor agora não se encontra em condições de enfrentar mais uma mudança.”

— “Se surgir uma oportunidade de o senhor falar a sós com seu pai, tente fazê-lo; ainda que não consiga dizer tudo o que gostaria de colocar diante dele, veja até onde consegue chegar, de que modo o consegue e qual a reação dele.”

— “Até nossa próxima entrevista, procure observar atentamente, na relação com sua esposa, quantas vezes e em que momentos o senhor tende a se mostrar violento e exigente.”

— “Para que o senhor perceba melhor qual é a sua dificuldade no diálogo comigo, traga o gravador; assim, depois o senhor ouvirá tudo sozinho em casa e examinaremos o fato juntos nas sessões seguintes.”

As diretivas que surgem em psicoterapia referem-se, como se vê nestes exemplos, tanto a necessidades próprias do processo terapêutico como a atitudes-chave a serem evitadas ou ensaiadas fora da relação terapeuta-paciente.

Uma cultura psicoterapêutica de forte influência psicanalítica (que atribui valor preferencial à aquisição de atitudes novas posteriores a um insight, tende, com freqüência, a questionar a validez e a utilidade das intervenções diretivas. Todos os que sofremos as pressões dessa influência (o superego analítico) tivemos que passar por um longo processo de luta para descobrir na prática clínica que tais intervenções, empregadas no momento certo e com tato terapêutico, eram instrumentos valiosos e necessários em todo processo psicoterapêutico. (Foi a consciência de sua necessidade e a experiência de sua utilidade que nos levaram claramente a inverter tal ponto de vista: questionável é não-utilização deste tipo de intervenções em situações que claramente as requerem; já discutiremos como caracterizar tais situações).

Antes, convém analisar de que maneira podem ser compreendidas as influências exercidas pelas intervenções diretivas. Há um nível de ação no plano do ato em si mesmo, a que se refere o conteúdo da intervenção. Se o ato pode ter as conseqüências de uma decisão importante, a intervenção tem condições de desempenhar um papel preventivo, valorizável não em termos de dinamismos (pensando muito seletivamente na transferência, pensa-se facilmente em “não fazer o jogo das exigências regressivas”, por exemplo), mas sim em termos de existência. Justamente o vício das oposições “psicanalíticas” ao uso em psicoterapias de intervenções diretivas consiste em dar mais valor a óticas parciais (dinamismos transferênciais, riscos contratransferênciais) do que a uma ótica centralizada na existência. Esta ótica, no entanto, leva em conta e mesmo confere tratamento privilegiado ao plano das experiências concretas e das conseqüências concretas que decorrem dessas experiências: considera-se importante, por exemplo, que a decisão precipitada de consumar um divórcio, quando não há condições para que ele seja tolerado satisfatoriamente, possa ser adiada.

Este plano de existência é importante, mas não é o único em jogo quando são emitidas diretivas, Outro é o das aprendizagens. É possível pensar que o que se produz ou se evita nessa oportunidade deixa “um saldo interno”, incorpora-se como experiência transferível para outros contextos. A experiência clínica repetidamente dá mostras disso.

Outro nível de atuação está no insight que se pode obter depois da ação. Fazer ou não fazer algo que resultava “natural” transforma-se em uma experiência original. Uma análise do sentido de uma atitude anterior ou da nova (induzida), sua comparação minuciosa, servem de ocasião para uma elaboração freqüentemente rica. A experiência clínica mostra fartamente que, em psicoterapias, diretividade e insight não são em princípio antagônicos. Muitas vezes, pelo contrário, funcionam como complementares. As dificuldades que o paciente teve para trazer seu gravador e em seguida escutar sua sessão foram claramente ilustrativas. Tiveram o valor do vivido, do ato, submetido às condições de uma observação particularmente atenta.

Jay Haley forneceu ilustrações sobre o uso de um tipo particular de intervenções diretivas cujo propósito consiste em produzir “manobras comunicacionais” (por exemplo: prescrição do sintoma, destinada a criar situações paradoxais no uso interpessoal do sintoma e na luta pelo controle da relação paciente-terapeuta).

Que situações tornam necessária uma intervenção diretiva do terapeuta? Em especial todas aquelas em que o paciente (e/ou o grupo) se encontrem sem os indispensáveis recursos egóicos (isto é, sem os mecanismos adaptativos em força e diversidade suficientes) para manejar uma situação traumática, sendo em geral vítimas de uma ansiedade excessiva, que tende a ser em si mesma invalidante ou agravante das dificuldades próprias da situação (situações de crises súbitas em pessoas ou grupos de moderado ajustamento prévio; mudanças evolutivas “normais” em personalidades ou grupos que gozam de um equilíbrio precário, com carência, ou tendência à perda, de autonomia; psicoses agudas; deterioramentos de origem diversa). Em todos estes casos (situados nos momentos de desorganização ou em fases regressivas de uma evolução), sem dúvida muito freqüentes na prática terapêutica, determinadas intervenções diretivas são estritamente indicadas, constituem a intervenção técnica cuja escolha se impõe. Até quando? Até o preciso instante em que o paciente recupera ou adquire recursos egóicos necessários para obter autonomia e capacidade de elaboração.

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Tipologia Caracterológica de Lowen

Overlack Ramos

Desenvolvida pelo médico e psicoterapeuta americano Dr. Alexander Lowen (1910), a Análise Bioenergética firmou-se na década de 50 com a criação do “The International Institute for Bioenergetic Analysis”- U.S.A.

Suas raízes vêm da teoria psicanalítica de Freud (1856), que serviu de base para os estudos sobre o caráter e sobre a energia vital iniciados por Reich (1897). Mais tarde, estes estudos fundamentaram a sistematização da técnica da Análise Bioenergética realizada por Lowen, que foi cliente e discípulo de Reich e que também deu contribuições teóricas importantes, ampliando este corpo de conhecimentos que hoje constitui o referencial teórico para a prática analítica.

A Análise Bioenergética dispõe de instrumentação técnica eficiente que possibilita a abordagem do inconsciente através da via corporal e da linguagem, trabalhando com a escuta, a observação analítica do cliente e o fluxo energético do organismo, através da respiração, do movimento corporal e da expressão emocional junto com a elaboração mental.

A abordagem do indivíduo de maneira integral em todos os níveis – somático, psíquico, energético, emocional e espiritual – proporciona a integração mentecorpo, o contato interno/externo – denominado por Lowen pelo conceito de “grounding” – bem como mudanças nos níveis de consciência e quebra de padrões rígidos de comportamento que nos limitam e aprisionam. Resulta, assim, no incremento da energia vital, abertura para o prazer, para o amor e para a vida e maior contato com a realidade interna e externa.

Talvez a maior contribuição de Lowen ao trabalho de Freud e Reich esteja no fato de integrar conceitos psicanalíticos desenvolvidos por Freud, tais como transferência e contratransferência, à teoria reichiana e seu trabalho terapêutico, criando assim uma metodologia objetiva e segura para a abordagem psicoterapêutica com o cliente.

À classificação caracterológica, ainda que elementar já iniciada pelo próprio Freud, Ferenczi, Abraham e Reich, Lowen também deu sua contribuição, ampliando-a e sistematizando-a, o que possibilitou ao psicoterapeuta com ela familiarizado, através de uma leitura corporal, o conhecimento de aspectos da personalidade de cada indivíduo, bem como seus fatores etiológicos, permitindo assim abordá-lo terapêuticamente, com o objetivo não só de conscientizá-lo de suas dificuldades, qualidades e potencialidades, mas também levando-o à sua transformação e crescimento como ser humano.

A Tipologia Caracterológica de Lowen tornou-se a mais importante e conhecida e, ainda que incompleta, consiste em cinco tipos principais e alguns subtipos, denominados a seguir: caracteres esquizofrênico, esquizóide, oral, masoquista, psicopático e rígido – histérico para a mulher e fálico-narcisista para o homem – compulsivo, passivo-feminino e mulher masculino-agressiva.

Essa nomenclatura, talvez inadequada para os dias de hoje, está baseada na psicopatologia, já que Lowen tem uma formação médica, e vem sendo revista e acrescida por outras descobertas e visões mais positivistas, que procuram ver neles não só suas patologias, mas principalmente realçar seus aspectos positivos e criativos. Merece referência o estudo destes caracteres pelo psicoterapeuta americano Dr.Ronald Robbins, “Trainer” do Instituto de Lowen, que propõe uma nova nomenclatura ressaltando os aspectos positivos de cada caráter, denominando-os: o sonhador, o criador, o comunicador, o inspirador, o solidificador e o realizador.

Muitos outros psicoterapeutas neoreichianos, tais como David Boadella e Steven Johnson, têm se dedicado ao estudo dos caracteres e proposto novas nomenclaturas. Suas contribuições são bem vidas para a Análise Bioenergética.

Nós psicoterapeutas sabemos, no entanto, que o importante não é o nome ou uma nova nomenclatura que se dê a eles e sim a sua importância como instrumento terapêutico e de diagnóstico. Mais importante ainda é sabermos que não estaremos nunca lidando apenas com diagnósticos e com rótulos, mas com pessoas que, embora possam ser enquadradas em categorias, têm suas individualidades e particularidades e é com as pessoas que nos relacionaremos, procurando ajudá-las a se libertarem do aprisionamento ao sofrimento e à dor e a resgatarem e libertarem aquilo que elas têm de mais positivo e criativo, que as tornam seres ímpares e individualizados, que nada mais é do que o seu verdadeiro self ou eu interior, o que para nós Analistas Bionergéticos é o contato com o coração e sua energia amorosa expressa em todos os aspectos da vida.

Salvador, 24 de abril de 1999.

Overlack Ramos Campos Filho é médico psiquiatra e psicoterapeuta, Analista Bioenergético formado pelo “The International Institute for Bioenergetic Analysis-U.S.A” , ex-membro-fundador do Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo; fundador e diretor do BIOCENTRO-Centro de Análise Bioenergética e Terapias Integradas. Telefax: (71) 452-3353, Internet: www.biocentro.hpg.com.br, e-mail: overlack@svn.com.br

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, 1974, Imago Editora Ltda, Rio de Janeiro
2.O Corpo em Terapia, Lowen Alexander, 1977, Summus Editorial, São Paulo
3. As Idéis de Reich, Rycroft, Charles, Editora Cultrix Ltda, São Paulo.

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Terapia: quando é a hora de começar?

*Entrevista comDra Olga Inês Tessari

Para muitos ela é considerada um mito, uma vergonha, um bicho de sete cabeças. Para outros uma solução de problemas, uma saída para resolver conflitos. Mas o que é terapia afinal? Quando é a hora certa de começar? Essas e outras perguntas sobre o assunto são comuns na mente das pessoas que querem buscar o auto conhecimento.

“Terapia significa tratamento”, disse a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari. E segundo a doutora, não há momento certo para iniciar. “Sempre é hora, seja para o auto conhecimento ou mesmo para resolver algum problema. Costumo dizer que a terapia vem para ajudar a resolver questões que você não consegue resolver sozinho. Então para que ficar sofrendo, dando murro em ponta de faca, se existem profissionais capacitados que vão mostrar os caminhos da solução?”

Mas a vergonha de falar que quer fazer terapia ainda é grande e isso acontece por conta de um preconceito. “As pessoas ainda pensam que devem resolver seus problemas sozinhas, sem precisar da ajuda de ninguém. Além do mais existe um preconceito de que psicólogo é para loucos, doidos e não para pessoas normais, que têm problemas”, acredita Olga Tessari.

O importante é que, quando alguém chega à conclusão de que é hora de procurar uma ajuda é bom ir em busca de um profissional, fazer uma pesquisa com amigos, pedir indicações. “A pessoa não deve ter medo e nem ficar pensando o que o psicólogo vai pensar, afinal, estamos lá apenas para ajudar a resolver um problema, nunca para julgar, condenar ou pensar alguma coisa a respeito do paciente”, disse a psicoterapeuta.

Quando alguém decide procurar a terapia, deve ir atrás de alguém formado, que estudou o comportamento humano e todas as suas vertentes. “Infelizmente, por uma série de razões, as pessoas optam ainda por um tratamento com terapeutas com cursinhos de final de semana, sem qualquer formação ou fiscalização e que fazem uso de técnicas não reconhecidas e nem científicas”, alertou. Por isso, antes de começar a fazer terapia, consulte um bom lugar e tome cuidado para não cair em armadilhas.

Este cuidado deve ser especial porque existe uma infinidade de correntes dentro da psicologia. “Aqui no Brasil as mais comuns são a Psicoterapia Comportamental, que como o próprio nome diz é focada no comportamento, a Breve, que é focada no problema atual, a Psicoterapia Corporal, que foca mais um trabalho com o corpo, a Psicanalítica, baseada na psicanálise de Freud e seus seguidores, a Psicoterapia Junguiana, que é baseada em Jung, um dissidente de Freud e outras psicoterapias de cunho humanista ou existencialista, mas ainda restritas ao uso de poucos profissionais no Brasil”, contou Olga Tessari.

A terapia com crianças, por exemplo, requer um tratamento diferenciado. “A linguagem abordada com a criança é através de brinquedos, portanto, o psicólogo brinca com seu paciente mirim durante uma sessão”, disse a psicoterapeuta Olga. Já com jovens e adultos, a forma trabalhada pode ser corporal, interpretação de sonhos, conversas, exercícios, enfim, vai depender da linha de trabalho do profissional. “Alguns deles têm uma certa afinidade maior com determinada faixa etária, mas todos são capazes de realizar um bom trabalho com qualquer idade”, acredita.

O que não se pode fazer é forçar uma pessoa a procurar um terapeuta. “Muito dificilmente dá resultados a terapia forçada porque a pessoa já entra com resistências e certamente não vai interagir com o psicoterapeuta e nem mesmo ouvi-lo”, disse a doutora. A terapia forçada pelos pais não funciona e neste caso é melhor que eles próprios façam um trabalho de orientação com o psicólogo. “Isso ajuda muito mais do que forçar o adolescente a ir à terapia”.

Há quem se pergunte quanto tempo dura em média uma terapia e não existe uma resposta concreta para isso. “Tudo vai depender do problema da pessoa e da forma como ela evolui no tratamento. A Psicoterapia Cognitiva Comportamental e as Psicoterapias Breves trazem resultados mais rápidos, de três a seis meses, mas podem se estender por mais tempo, pois cada caso é um caso diferente”, disse a psicoterapeuta. Já outras terapias podem necessitar de um tempo maior. “Vale lembrar que é importante diferenciar uma psicoterapia baseada num problema específico e a psicoterapia para o auto conhecimento. No primeiro caso, os resultados são mais rápidos, mas a psicoterapia para o auto conhecimento pode levar anos para chegar ao fim, já que ele é infinito”.

A terapia, seja ela para o auto conhecimento ou só para resolver um probleminha, é algo que deve ser levado muito a sério. Quando a pessoa procura ajuda deve ter consciência do que está fazendo e levar o tratamento a sério. Só assim os resultados surtirão efeito e bons resultados.

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Terapia Corporal e Bioenergética

Tamaris Fontanella

Os processos energéticos do corpo determinam o que acontece na mente, da mesma forma que determinam o que acontece no corpo.

A Terapia Corporal e a Bioenergética são fundamentadas na função da pulsação da vida (contração e expansão energética) partindo dos conceitos de saúde vibrante, respiração, carga e descarga de energia, movimento livre e espontâneo, auto-regulação, auto-consciência, auto-domínio e auto-expressão visando sempre restabelecer a pulsação e o fluxo energético, integrando os aspectos físicos, psíquico, emocionais e espirituais do ser humano.

Fundamentada na função da pulsação da vida (contração e expansão energética) partindo dos conceitos de saúde vibrante, respiração, carga e descarga de energia, movimento livre e espontâneo, auto-regulação, auto-consciência, auto-domínio e auto-expressão visa restabelecer a pulsação e o fluxo energético, integrando os aspectos físicos, psíquico, emocionais e espirituais do ser humano.

Uma da metas da Terapia Corporal e da Bioenergética é desenvolver a habilidade de expressar plenamente o verdadeiro self (auto-expressão) e esta habilidade depende da auto-possessão, ou seja, poder tomar posse de seus verdadeiros sentimentos.

Outros objetivos são o de tornar a pessoa mais cheia de vida, capaz de vivenciar e se expressar adequadamente através do contato com sua real sensação os prazeres e dores, alegrias e tristezas, raiva, amor e sexualidade.

Essa terapia é indicada para as pessoas que desejam reencontrar o caminho do prazer, de ser pleno, fundamentando-se na auto-possesão do seu próprio estado vibratório, sua própria condução da vida.

Na terapia o resgate da pulsação saudável para desenvolver um senso de self mais forte é relacionado ao sentimento corporal promovendo a identificação com sua natureza, ajudando a pessoa a sentir-se mais conectada este mundo, com seu corpo, com os ambientes que a cercam e a que está inserida, e  com a sua sexualidade.

É uma forma de terapia que usa o corpo para liberar emoções, sentimentos e crenças e ativar as funções necessárias à vida.

É uma maneira de entender a personalidade em termos do corpo e de seus processos energéticos que combina o trabalho com o corpo, a mente e espírito para ajudar pessoas a resolverem seus problemas emocionais e espirituais e a melhor perceberem o seu potencial para o prazer e para a alegria de viver.

Como é realizada?

Uma terapia é um processo que resulta da interação entre o terapeuta e o cliente. O terapeuta não pode fazer nada sozinho. Ele necessita da participação ativa e cooperativa. O terapeuta não constrói nada de novo, apenas ajuda a despertar e flexibilizar o que já existe em cada  personalidade e em cada caráter. Ele é um acompanhante, um amigo nesta caminhada. O que o terapeuta tem a oferecer é uma técnica, que conduz o processo com segurança, e a relação amorosa e interessada em seu crescimento pessoal.

Ao conhecer a história do cliente ele o ajudará a compreender os momentos difíceis de sua vida e através corpo poderá trabalhar os conflitos do passado (e do presente) onde estão estruturados seus bloqueios, pois em seu corpo está inscrita a sua história e auxiliar no processo de reestruturação do futuro.

Na prática mesclam momentos de trabalho com o corpo, trabalho emocional, trabalho mental e trabalho de consciência.

No trabalho com o corpo ele o ajudará a retomar a pulsação energética  e a liberação dos circuitos energéticos. 
Proporá toques, massagens, exercícios de stress muscular, alongamento e expressão das emoções. Dessa forma irá liberando progressivamente sua energia. Na medida em que seu nível de energia subir, lançará mão de exercícios que visem o desenvolvimento de funções que ficaram paralisadas
  
No trabalho emocional o terapeuta  ajudará a identificar bloqueios e o ajudará entrando em contato com as emoções mais profundas.

No trabalho mental duas questões são importantes: as crenças e a revalorização de sua experiência de vida. Com a flexibilização das tensões musculares os vazios perceptivos sobre os quais estão assentadas as crenças começarão a ceder. Assim elas poderão ser questionadas. A revalorização da experiência de vida necessita ser feita a partir da experiência corporal e emocional. A vida faz sentido quando é sentida! A vida só se torna real se é sentida dom corpo!

Na medida em que as experiências corporais e emocionais se ampliam, o indivíduo passa a ter outra visão de mundo, mais condizente com seu verdadeiro EU.

No trabalho da consciência ocorre uma abertura progressiva desta na medida em que a pulsação energética se amplia e os circuitos energéticos tornam-se mais fluidos.

A intensificação das sensações corporais possibilita a abertura da consciência.

Quanto mais consciência corporal mais se ampliará sua consciência!

Estará assim desenvolvendo o “eu observador”, instância muito importante na abertura da consciência.

Este trabalho leva progressivamente ao desenvolvimento do “ego maduro”.

A espiritualidade é um potencial humano que necessita ser desenvolvido e sustentado em nosso corpo e isto é possível através de nosso ego maduro!

A Terapia Corporal e Bioenergética é uma técnica e também um posicionamento filosófico frente à vida.

Juntos a toda essa sistemática (Terapia Corporal, Análise Reichiana, Orgonoterapia, Vegetoterapia, Biodinâmica)  utilizaremos auxiliares (terapia floral, radiestesia, aromaterapia, balneaterapia, geoterapia, fitoterapia, taroterapia, trofologia, dançaterapia, iridiologia e massoterapia) se necessário para buscar a mais saudável pulsação da vida.
  
É um convite para você retomar sua crença no amor, na vida e na sua verdadeira espiritualidade.

“A consciência da lei do amor leva à consciência da lei da vida que por sua vez leva à consciência de Deus”

W. Reich, Éter, Deus e o Diabo.

Orientações da Terapia Bionergética

I- Seu corpo é a melhor fonte de informação sobre sua história de vida e seu funcionamento energético somático, instintivo, emocional, mental e espiritual. É importante aprender a “ouvi-lo”. O corpo tem uma sabedoria de milhões de anos de evolução! Ele “sabe” muito mais da vida que sua mente!

II- Seus desequilíbrios e bloqueios expressam paralisações do sentir ou do expressar. É importante que se volte para seu sentir e que tenha liberdade de expressar suas sensações e emoções.

III- Permita-se ir além de seus limites habituais. Quando sentir impulso para expressar ou for sugerido que expresse algo, faça-o com todo empenho. Não se iniba!

IV- Confie em seu corpo. Perceba suas sensações físicas, entregue-se e permita-se deixar levar por elas. Seu corpo tem uma sabedoria que você desconhece.

V- O que vem à sua consciência tem sempre a ver com o que está ocorrendo no corpo. Durante o trabalho corporal é importante que se mantenha focado nas sensações corporais e que comunique o que vier à consciência, seja na forma de idéias, crenças, imagens, lembranças, sensações, emoções ou impulsos.

VI- No dia-a-dia habitue-se a checar suas idéias, emoções e impulsos com suas sensações corporais. Quando seu comportamento não está coerente com suas sensações ou sente apenas um vazio, questione-se, pois o mesmo pode decorrer de crenças ou padrões sugestionáveis e não de sua verdade mais profunda.

VII- A dor emocional e o prazer fazem parte da vida. Não é possível estar livre para o prazer e bloquear a dor, pois ambas são sensações vitais profundas. Quando se bloqueia a dor paralisa-se também o prazer! A dor e o prazer também são caminhos para o contato com seu EU!

VIII- A dor é uma emoção. Quando você a expressa ela se vai deixando um grande alívio pois a paralisação da dor gera sempre alguma forma de sofrimento que se manifestará por longo tempo.

Permita-se sentir e expressar sua dor emocional para que ela se transforme, ajudando-o a crescer!

IX- Sua evolução é o melhor antídoto contra a dor emocional. O sofrimento existe porque sua evolução paralisou-se apegando-se a comportamentos, auto-imagens, emoções infantis, pensamentos e crenças que te impedem de se expandir, paralisam a sua vida.

X- Permita-se você tem todo o direito de ver o que está realmente vendo, ouvir o que está realmente ouvindo, sentir o que está realmente sentido e acima de tudo de ter prazer na vida!

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Terapia Bioenergética

O equilíbrio da polaridade energética é um método simples e eficiente executado para causar um profundo relaxamento curador.

O equilíbrio desta energia é reconhecido como um dos mais poderosos instrumentos na manutenção da saúde integral.

A força vital é uma forma sutil de energia eletromagnética uma realidade fisiológica do organismo. A técnicas de toque físico e não físico, são usadas para mandar energia através de todo organismo “abrindo” pontos bloqueados.

As tensões acumuladas pelo organismo podem ser liberadas com o auxilio da bioenergética, terapia desenvolvida pelo médico Alexander Lowen dos Estados Unidos. Os fundamentos das técnicas que o levaram a criar a bioenergética foram aprendidos com o psicanalista Wilhelm Reich.

Lowen elaborou uma síntese dos conhecimentos sobre as energias do corpo e as reuniu na bioenergética, que tem como finalidade liberar as emoções acumuladas por meio de práticas. As atividades que tensionam as pessoas acabam por bloquear o feixo energético interior, provocando diretamente enfermidades e ou até contribuindo para forma-las. É aí que pode ser utilizada a bioenergética.

A terapia chegou ao Brasil na secada de 70. Nos anos 90 conquistou espaço até em empresas, que chegam a adota-loa para diminuir o estresse do dia-a-dia. Antes de a técnica ser aplicada, o especialista faz uma análise, um diagnóstico do paciente, procurando identificar onde estão os sinais que denunciam a existência de tensões acumuladas ou bloqueadas. Um histórico da vida pessoal é fundamental para traçar o retrato do indivíduo.

Após analisar a história do corpo da pessoa, começam os exercícios ministrados gradativamente de acordo com o ritmo, a necessidade e as condições de cada um. Dois pontos são vitais para o sucesso da bioenergética:

* A consciência do processo de respiração e;
* A consciência do corpo, o que ocorre por intermédio do contato com o próprio organismo.

No Brasil, o reconhecimento da eficácia vem desde a época do Império, mas só em 1980, é que ela foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, e em 1990 passou a constar do conselho de especialidades Médicas da Associação Brasileira Médica, deixando assim de fazer parte das terapias alternativas.

Uma das atividades da bioenergética é chamada de grouding de pé, a pessoa flexiona os joelhos e dobra o corpo até a cabeça de aproximar dos tornozelos. Além dos exercícios físicos, a postura tem outro sentido, o de propiciar que o indivíduo mantenha simbolicamente os pés no chão, ou seja, fique em contato com a realidade.

Grouding é enraizar-se no planeta, contato com a realidade que nos torna a todos humanos, semelhantes, emocionais, capazes de amar e sentir dor, compaixão, alegria, prazer. A realidade dos sentimentos, vivida no nosso corpo vivo e brilhante, não apenas com experiências mentais. Nos levou a compreensão de que é possível desenvolver no corpo, através de exercício, a capacidade de vibrar e com isso ir dissolvendo a rigidez ao mesmo tempo em que criando condições para o tecido tolerar uma maior carga energética. Ao tolerar mais carga energética em movimento, nos tornamos capazes de sentir novas emoções.

MASSAGEM

Também pode ser incluída entre as atividades da bioenergética. Outra etapa do processo é o de liberação da raiva e sentimentos similares. Com uma raquete ou com a própria mão, a pessoa bate em uma almofada. O paciente descarrega o ódio que tem.
A orientação de uma terapeuta é essencial para a eficácia, já que este profissional estará preparado não apenas para fazer o diagnóstico dos pontos de tensão do organismo, como para transmitir a forma de aplicação correta dos exercícios.

Três aspectos do processo terapêutico são:

* A luz da teoria do conflito e da teoria da falta;
* Construção de estrutura, dissolução de resistências caracterológica;
* Resolução dos conflitos.

Em 1992 Lowen colocou que o objetivo da terapia passava a ser para ele, auto percepção, auto expressão, ou seja, conhecer-se, expressar sua verdade e ser dono de si mesmo. Passou a colocar o ego saudável como objeto principal da terapia, e a manifestação da sexualidade como uma das formas de expressão desse ego saudável.

Ao lado da elaboração das técnicas corporais, a linha mestra da teoria vai se desenvolvendo com base na psicanálise freudiana que adotava a Teoria das pulsões como referencial.

Na verdade, o terapeuta deve desempenhar duas funções durante o tratamento:
* Ser receptivo (ressonância, holding) e;
* Desafiar (excitar, confrontar).

O QUE SURGE ENTÃO NO PANORAMA DA BIOENERGÉTICA ?

Em 1990 Lowen publica espiritualidade do corpo. Após alcançar um extremo de polaridade, radicalizando a postura de que todo o problema era defeso contra a sexualidade, ele pôde seguir adiante em sua exploração e introduzir na Terapia um outro eixo deste pólo, a espiritualidade.

Isto significa reconhecer e abrir o estudo das energias sutis, já não mais vistas como apenas patologia esquizóide. Lowen esteve sempre cumprindo sua missão, dar grouding e dar um corpo a conceitos e práticas psicoterapêuticas. Escreveu em 1990 ” O ser humano é uma criatura sexualmente diferenciada em todas as células do seu corpo… Da mesma forma, a espiritualidade é uma função do corpo todo. A espiritualidade dissociada da sexualidade, transformam-se numa abstração, e a sexualidade dissociada da espiritualidade passa a ser um ato puramente físico. Essa dissociação é causada pelo isolamento do coração o que desfaz a conexão entre duas extremidades do corpo”.

A questão de estarmos nos desenvolvendo e nos tornando mais sensíveis aos compôs energéticos nos leva a olhar para o outro pólo energético, o pólo oposto ao pólo sexual, nosso contato com a energia cósmica, nosso contato com a espiritualidade.

E para seguirmos em frente com segurança nessa busca do contato unificante, que é a etapa evolutiva atual que a humanidade enfrenta, precisa-se cada vez mais de estar em grouding, centrados, fluindo, pulsando, reconhecendo e expressando os sentimentos de amor a partir de um coração aberto e manifestando nossa verdade pessoal. Todos esses grandes acertos que o Dr. Lowen teve como missão organizar de forma aceitável e divulgar, criando método para que as pessoas pudessem desenvolver essas habilidades.

O QUE É BIOENERGÉTICA ?

É o estudo da personalidade humana observada aos processos energéticos do corpo. Como técnica terapêutica, ajuda o indivíduo a reencontrar-se com seu corpo e tirar o maior proveito da vida que há nele. Neste segmento, deve-se ter noções básicas de Bioenergética não apenas como abordagem Terapêutica como também uma poderosa ferramenta em sua viagem de autodescoberta.

Deve-se trabalhar:

* Respiração, ritmo, movimento;

* Padrão natural de respiração;

* Respiração revertida e métodos de correção;

* Reconhecimento das similaridades e divergências entre as abordagens terapêuticas respiratórias;

* Liberação das tensões do aparelho respiratório;

* Identificação das tensões instaladas no corpo. Análise do caráter na tomada da consciência da correlação entre as percepções e conflitos registrados na psique na 1ª infância e sua participação na formação das couraças musculares. Mapeamento dos anéis de tensão, alinhamento gravitacional, correção postural, conflitos mentais e tensões corporais.

* Utilizar exercícios e Expressão corporal como recursos na analise bioenergética.

* Vibração e motilidade;

* Grouding;

* Respiração;

* Sexualidade;

* Auto conhecimento e auto expressão;

* Estar em contato;

* Exercícios: padrão – expressivos – sexuais.

A terapia combina o trabalho corporal com o psíquico, ajudando a compreender os problemas emocionais e concretizar o potencial para o prazer e a alegria.